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Ciberataque russo não afetou legitimidade das eleições, diz Obama

Obama ressaltou que a Rússia pode debilitar a democracia americana caso os cidadãos se esqueçam dos "valores" do país

Obama: o presidente em fim de mandato apontou que os vazamentos foram orquestrados ao "mais alto nível no governo russo" (Carlos Barria/Reuters)

Obama: o presidente em fim de mandato apontou que os vazamentos foram orquestrados ao "mais alto nível no governo russo" (Carlos Barria/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 21h40.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta sexta-feira que, embora a Rússia tenha se infiltrado nas comunicações do Partido Democrata para afetar o resultado das eleições de novembro, o país não manipulou as urnas de votação e é válida a apuração final que deu a vitória ao republicano Donald Trump.

"Posso garantir ao povo americano que não houve a manipulação dos sistemas de votação que temíamos. Os votos foram contados de maneira apropriada e as máquinas de votação não foram afetadas", afirmou Obama em sua última entrevista coletiva do ano.

O líder americano também afirmou que, no momento certo, serão apresentadas provas de que o governo russo está por trás dos ciberataques às comunicações do Partido Democrata e será publicado um relatório com as conclusões antes que Obama deixe a Casa Branca no dia 20 de janeiro.

Obama disse ter certeza, "com base nos dados de inteligência" aos quais teve acesso, que a Rússia esteve por trás dos ataques cibernéticos contra os democratas para influir no resultado eleitoral, sob as ordens do presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo conclusões da CIA (agência de inteligência americana) e do FBI (polícia federal americana), com o vazamento de comunicações internas do Partido Democrata e da campanha de Hillary Clinton, a Rússia queria aumentar as chances de vitória do republicano Donald Trumpa, que acabou ganhando o pleito.

Obama disse que serão apresentadas provas da responsabilidade russa nos vazamentos quando for possível utilizar evidências que não exponham os recursos de inteligência americana na Rússia, já que "há coisas que não queremos que saibam que sabemos", segundo o líder americano.

O presidente em fim de mandato apontou que os vazamentos foram orquestrados ao "mais alto nível no governo russo", mas evitou responsabilizar diretamente o presidente russo, Vladimir Putin.

No entanto, lembrou que "poucas coisas acontecem na Rússia sem a aprovação de Vladimir Putin e esta é uma operação muito hierárquica, sem muito debate democrático".

Obama ressaltou que a Rússia pode debilitar a democracia americana caso os cidadãos se esqueçam dos "valores" do país e se mostrou surpreendido que eleitores e líderes republicanos tenham louvado nesta campanha um político como Putin.

"Ronald Reagan (presidente republicano entre 1981 e 1989) estaria se revirando no túmulo", refletiu Obama, em referência ao líder republicano do livre-comércio e ao menor papel do governo central.

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