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Ciberataque do Hamas contra o exército de Israel é frustrado

Hackers do grupo palestino tentaram enganar soldados israelenses ao fazê-los baixar programas de espionagem disfarçados de aplicativo da Copa do Mundo

Israel: o país e o Hamas disputaram três guerras entre 2008 e 2014 (David Silverman/Getty Images)

Israel: o país e o Hamas disputaram três guerras entre 2008 e 2014 (David Silverman/Getty Images)

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AFP

Publicado em 3 de julho de 2018 às 16h08.

Última atualização em 3 de julho de 2018 às 16h08.

Hackers do grupo palestino Hamas tentaram enganar soldados israelenses ao fazê-los baixar programas de espionagem disfarçados de aplicativo da Copa do Mundo de futebol, afirmaram nesta terça-feira (3) oficiais do serviço de inteligência militar israelense.

"Não houve nenhum prejuízo pois conseguimos impedir a tempo" essa tentativa de infiltração, declarou um dos oficiais a jornalistas.

Em janeiro de 2017, uma fonte militar afirmou que dezenas de smartphones de soldados israelenses tinham sido hackeados pelo Hamas.

O sucesso dessa operação se deveu ao uso de perfis falsos de garotas em redes sociais.

Depois de ter ganhado a confiança dos soldados, o grupo palestino conseguiu fazê-los baixar aplicativos que na verdade eram vírus. Assim, os celulares podiam ser controlados, segundo esta mesma fonte militar.

Desta vez, homens e mulheres deveriam ter sido atraídos pela Copa do Mundo de futebol via um software que oferecia resumos e atualizações do campeonato.

Os hackers usaram identidades falsas para criar perfis de Facebook na língua hebraica. Eles também empregavam gírias dos soldados, segundo um oficial do serviço de inteligência.

"Essa tentativa de ataque prova que o Hamas tem um excelente conhecimento dos hábitos de nossos jovens e de seu estado de espírito", afirmou um outro oficial.

Como os aplicativos podiam ser baixados pelo Google Store, os hackers conseguiram passar credibilidade.

Eles também incitavam no Facebook e no Whatsapp os soldados israelenses a baixar esses softwares em seus smartphones.

Uma vez instalados, esses aplicativos podem tirar fotos, gravar conversas, copiar documentos e enviá-los, segundo as mesmas fontes.

Na maioria dos casos, os soldados informaram suas suspeitas a seus superiores e não chegaram a baixar esses aplicativos, relatou um oficial.

"Graças à vigilância dos soldados, esse ataque foi frustrado antes de causar danos reais", indicou o exército israelense em um comunicado.

Em março de 2016, um hacker palestino da Faixa de Gaza e membro do movimento Jihad Islâmica foi acusado por um tribunal israelense por piratagem de sistemas de informática usados por drones militares israelenses.

Israel e o Hamas disputaram três guerras entre 2008 e 2014. Hoje, as duas partes se encontram em um momento de cessar fogo instável.

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