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CIA: Coreia do Norte ainda não representa "ameaça real" aos EUA

A agência reconheceu que o regime de Kim Jong-un está cada dia mais perto de se tornar uma "ameaça real" ao país

Coreia do Norte: para Pompeo, o líder norte-coreano quer vender a ideia de que seu regime é capaz de realizar um ataque nuclear (KCNA/Reuters)

Coreia do Norte: para Pompeo, o líder norte-coreano quer vender a ideia de que seu regime é capaz de realizar um ataque nuclear (KCNA/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 17h31.

Washington - O diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos (CIA), Mike Pompeo, afirmou nesta terça-feira que os americanos não precisam se sentir ameaçados pelo programa nuclear da Coreia do Norte, mas reconheceu que o regime de Kim Jong-un está cada dia mais perto de se tornar uma "ameaça real" ao país.

"A Coreia do Norte está cada vez mais perto de se converter em uma ameaça real aos Estados Unidos, mas posso dizer que, se daqui um ano eu voltar a falar com os senhores, direi que eles ainda estão a alguns meses de completar seu objetivo", disse Pompeo durante um discurso no American Enterprise Institute, em Washington.

O diretor da CIA ressaltou a importância neste jogo de interesses da confiabilidade real dos recursos armamentísticos norte-coreanos. Segundo Pompeo, há diferença entre lançar um míssil com as circunstâncias adequadas e ter certeza que ele atingirá seu alvo.

"Muitas vezes pensamos no 'tempo de entrega' e essa não é a maneira que deveríamos utilizar. A questão é a confiabilidade. Eles podem, com certeza, criar o dano que Kim Jong-un quer criar?", questionou o diretor da CIA no evento.

Para Pompeo, o líder norte-coreano quer vender a ideia de que seu regime é capaz de realizar um ataque nuclear efetivo nos EUA. A missão da CIA, por outro lado, é evitar que isso ocorra.

No entanto, o diretor da CIA reconheceu que a Coreia do Norte avançou muito rapidamente em seus testes nucleares e alertou aos presentes no evento que o regime não descansará até ter um arsenal nuclear completo.

Pompeo destacou que o "objetivo final" de Kim Jong-un é uma península coreana unificada, sob seu comando. A hipótese é considerada como impossível pelo diretor da CIA, que sugeriu ainda que o líder norte-coreano não está sendo assessorado corretamente.

"Ninguém quer ser o portador de más notícias a Kim Jong-un. Se você faz isso, é melhor ter um seguro de vida", brincou.

Apesar de presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estar focado em encontrar uma saída diplomática para o conflito, o diretor da CIA reconheceu que as agências de inteligência estão trabalhando para oferecer uma "gama de opções" caso o diálogo não seja viável.

Pompeo também falou sobre o segundo foco de preocupação em matéria nuclear para a Casa Branca: o Irã.

Nos últimos meses, os dois países trocaram uma série de preocupações devido às suspeitas de Trump que o Irã não respeita o acordo nuclear firmado em 2015.

"Acreditamos saber bem o que está ocorrendo lá atualmente, ainda que as agências de inteligência possam errar", disse.

Para Pompeo, um problema extra na atual situação é a possibilidade de outros países quererem criar arsenais nucleares caso Irã e Coreia do Norte consigam se consolidar como potências atômicas. Na avaliação do diretor da CIA, isso geraria uma inevitável corrida armamentista que colocaria a segurança em risco.

Por esse motivo, Pompeo elogiou o papel das agências de inteligência na hora de obter as informações necessárias para que os governos tomem as decisões corretas.

"Pedimos aos nossos agentes que arrisquem suas vidas para revelar segredos. Essa é a nossa missão fundamental, e a fazemos de forma agressiva, sem pedir desculpas", concluiu.

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