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Chuveiro elétrico pode, sim, ser econômico

Pesquisa da politécnica da USP garante que equipamento ganha dos aquecedores solares e a gás em economia de energia

De vilão a herói: pesquisa mostra que chuveiro elétrico consome menos luz e água que outros aparelhos (.)

De vilão a herói: pesquisa mostra que chuveiro elétrico consome menos luz e água que outros aparelhos (.)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Presente em 73% dos lares brasileiros, o chuveiro elétrico sempre foi apontado como o principal vilão da conta de luz. Mas uma pesquisa do Centro Internacional de Referência em Reuso da Água (Cirra), da Escola Politécnica da USP, mostra que tomar banho neste modelo de aparelho é mais econômico do que em equipamentos dotados de aquecedores solares e a gás.

De vilão, o chuveiro elétrico passou a herói da conta de luz no fim do mês. Vamos à ela. Segundo o estudo, um banho de oito minutos com este aparelho custa, em média, R$ 0,30.  O mesmo banho sai por R$ 0,46 com aquecedores solares tradicionais, ou seja 53%  mais caro. Com aquecedores a gás, o custo é de R$ 0,59 (96% a mais). Com um boiler elétrico, ao custo de R$ 1,08  o mesmo banho sai  260% mais caro do que o chuveiro elétrico.  

Outro dado importante da pesquisa é o consumo de água dos diversos sistemas  de aquecimento. Num tempo em que esse recurso é considerado o bem mais escasso do mundo - segundo dados da ONU, 1,8 bilhão de pessoas enfrentarão níveis críticos de falta de água já em 2025 -, a diferença pesa. Inclusive na conta.
 
De acordo com o estudo, a média anual do consumo de água no chuveiro elétrico foi de 4,2 litros por minuto. Mas no aquecedor à gás, a média foi de 8,7 litros por minuto. Ou seja, 107% maior que o consumo do chuveiro elétrico. Já o aquecedor solar obteve uma média de 8,4 litros por minuto (100% maior do que o chuveiro elétrico) e o boiler elétrico, 8,5 litros por minuto (102% maior do que o chuveiro elétrico).

Segundo o professor e coordenador da pesquisa, Ivanildo Hespanhol, da Poli, os resultados resgatam o valor do chuveiro elétrico, uma invenção brasileira com mais de 80 anos de vida. "Mesmo antes da divulgação da pesquisa, mais da metade das pessoas que têm chuveiro elétrico em suas casas conheciam outras formas de aquecimento e não trocam o chuveiro elétrico", acrescenta o professor.
 
Os resultados fazem parte do estudo Avaliação do consumo de insumos (água, energia elétrica e gás) em chuveiro elétrico, aquecedor a gás, chuveiro híbrido solar, aquecedor solar e aquecedor de acumulação elétrico, elaborado pelo Cirra. A pesquisa teve apoio do Grupo de Chuveiros Elétricos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

 

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