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Choques após execução de líder islamita deixam quatro mortos

Pelo menos quatro pessoas morreram em distúrbios ocorridos após a execução do líder islamita Abdul Kader Mollah, acusado de crimes de guerra em Bangladesh


	Policiais prendem manifestante em Bangladesh: sentenças provocaram fortes protestos
 (Getty Images)

Policiais prendem manifestante em Bangladesh: sentenças provocaram fortes protestos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 09h01.

Nova Deli - Pelo menos quatro pessoas, entre elas um menor, morreram nesta sexta-feira em distúrbios ocorridos após a execução do líder islamita Abdul Kader Mollah, acusado de crimes de guerra no conflito que fez Bangladesh ser independente do Paquistão em 1971.

Os choques entre simpatizantes e opositores do islamita, que era vice-secretário-geral do partido Jamaat-e-Islami (JI), deixaram três mortos no distrito de Satkhira (sudoeste) e outro em Pirojpur (sul), informou o jornal "Daily Star".

Os dois adultos mortos em Satkhira -o terceiro morto foi uma criança de 10 anos- estavam vinculados à governamental Liga Awami, enquanto o manifestante morto em Pirojpur pertencia ao JI, de acordo com o rotativo.

A execução de Mollah aconteceu ontem às 22h local (14h, em Brasília), depois que a Corte Suprema de Bangladesh rejeitou no mesmo dia a revisão do caso do líder islamita, cujo partido convocou para domingo uma greve geral em protesto pela execução.

Horas depois do enforcamento, o cadáver de Mollah foi entregue a seus familiares e enterrado em sua cidade natal, Amirabad, na província de Daca.

"O que o todo-poderoso faz é sempre pelo bem de todos. Não tenho mais o que dizer", afirmou ao jornal local "Bdnews24" Mainuddin Ahmed Mollah, pouco após receber o corpo de seu irmão mais velho.

O vice-secretário-geral do JI tinha sido condenado à morte há três meses, depois que um tribunal local aceitou um recurso de acusação contra um primeiro veredito, que o condenou à prisão perpétua em fevereiro.

Mollah, de 65 anos, foi condenado por crimes durante o conflito armado de 1971 e que desembocou na criação do estado de Bangladesh na asa oriental.

De acordo com o "Daily Star", Mollah ganhou o apelido "de açougueiro" durante a guerra por seus brutais métodos de tortura aos partidários da secessão, à qual se opunha JI.

A Liga Awami da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, no poder desde 2009, pôs especial ênfase em atribuir responsabilidades pelos crimes cometidos na guerra de 1971, embora na prática a maioria dos acusados pertencem ao JI.

Além de Mollah, outros quatro líderes da formação islamita foram condenados à pena de morte desde o início de ano.

As sentenças provocaram fortes protestos nas quais morreram pelo menos 150 pessoas pelas mãos dos corpos de segurança, que exerceu um "uso excessivo" da força, segundo denúncias da organização Human Rights Watch (HRW).

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