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Chineses lotam as ruas do país para celebrar ano novo

China se despede nesta quarta-feira do ano do cavalo e dá boas-vindas ao ano novo lunar da cabra

Dançarinos tradicionais fazem performance e dançam durante a abertura das festas de Ano Novo em Pequim (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

Dançarinos tradicionais fazem performance e dançam durante a abertura das festas de Ano Novo em Pequim (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 10h21.

Pequim - Os chineses se despedem nesta quarta-feira do ano do cavalo para dar as boas-vindas ao ano novo lunar da cabra, em uma celebração que, apesar de seu caráter familiar, também lota as ruas de gente, de desfiles, feiras e espetáculos cênicos.

"¡Xin nian kuai le, xin nian kuai le!" ("Feliz ano novo, feliz ano novo!"), gritavam hoje os feirantes instalados no Templo da Terra, em pleno centro de Pequim, às centenas de visitantes que foram a um dos locais mais típicos da capital chinesa nestas datas.

O Festival da Primavera -o nome dado ao Ano Novo lunar no país asiático- é antes de tudo uma festa familiar, por isso envolve um êxodo de centenas milhões de pessoas que representa o maior deslocamento populacional do planeta.

As grandes cidades ficam meio vazias por conta das zonas rurais, já que, muitos que vivem longe de suas famílias voltam às origens para festejar a mudança de ano com seus parentes.

Nas principais cidades, o Ano Novo Chinês altera, além disso, as cenas cotidianas: o tráfego flui, a poluição diminui, há assentos livres no metrô e as aglomerações humanas se deslocam dos centros de escritórios a enclaves como o Templo da Terra, que acolhem nestes dias as populares feiras do Festival da Primavera.

A do Templo da Terra esteve hoje lotada de gente que degustava doces nos postos de comida, comprava incenso ou figuras de madeira nas lojas e se concentravam perante as atuações de ópera chinesa, bandas de rock e grupos cômicos.

Outros, por outro lado, disputavam tiro ao alvo para conseguir os disputados ursos de pelúcia.

Curiosamente, os que tinham forma de cabra, o símbolo do ano entrante, eram os mais difíceis de encontrar, provavelmente porque a esta altura, após semanas de intensa campanha comercial, já há pelo menos um em cada casa.

As cabras - ou, as figuras ou desenhos que as representam - estão agora por todas partes: nas portas das casas, decorando os escritórios e, certamente, nos shoppings e restaurantes.

Em torno da mudança de ano há muito superstição e, para começar com o pé direito, a tradição manda seguir uma série de rituais.

Assim, as famílias chinesas têm que sair às ruas à meia-noite e soltar fogos de artifícios para celebrar o novo ano, depois de se reunir em torno de um grande banquete e presentear os menores com envelopes vermelhos -cor da boa sorte- com dinheiro.

O costume do norte do país diz que na mesa não podem faltar os "jiaozi" (uma espécie de ravioli), em cuja elaboração, de participação obrigatória para toda a família, é necessário introduzir uma moeda em um deles, que trará fortuna a quem comer.

"Nesta noite nos reuniremos com toda a família e comeremos "jiaozi" e macarrões, soltaremos fogos de artifício e veremos a festa na "CFTV 1" (o primeiro canal da televisão estatal chinesa)", explicou à Agência Efe Zu Wei, um jovem pequinês.

Os desfiles, que ocorrem sobretudo no sul da China, também darão as boas vindas ao ano novo, com danças folclóricas como as do dragão, a mais conhecida e que é reproduzida por comunidades imigrantes em meio mundo, e a do leão, uma combinação de bailes e artes marciais.

Além destes festejos, alguns moradores das cidades organizam festas noturnas, que estarão mais vigiadas pelas autoridades chinesas após a correria que causou a morte de 36 pessoas em uma celebração de Ano Novo em 31 de dezembro em Xangai.

Por uma razão ou outra, os chineses saem hoje às ruas com a esperança de que a entrada do novo ano leve saúde e boa fortuna pelo menos até 8 de fevereiro de 2016, quando outro ciclo anual lunar começar, com a cabra dando passagem ao macaco.

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