Lua: a China planeja missão ao satélite (Mark Sutton / EyeEm/Getty Images)
Agência
Publicado em 12 de maio de 2023 às 19h06.
Última atualização em 12 de maio de 2023 às 19h13.
O Instituto de Tecnologia de Pequim (Beijing Institute of Technology, BIT), que recentemente recebeu 500 miligramas das amostras lunares trazidas pela missão Chang’e-5, estudará as características materiais dessas amostras e a tecnologia de fabricação aditiva relacionada, com a construção de uma futura estação de pesquisa lunar em mente.
Shen Jun, professora da Escola de Engenharia Mecânica do BIT, observou que foram estabelecidos planos internacionais e domésticos para a construção de estações de pesquisa lunar, e sua equipe se concentrou em pesquisas preliminares relacionadas.
“A construção de uma estação de pesquisa lunar é como construir uma casa na Lua. Devido às limitações atuais de capacidade de transporte de foguetes e ao alto custo de transporte entre a Terra e a Lua, é essencial usar material nativo na Lua na construção de estações de pesquisa lunar. Isso significa que o solo lunar servirá como o material principal”, disse Shen.
A professora afirmou que a pesquisa científica está programada para ser realizada em duas fases. Em primeiro lugar, serão estudadas as propriedades físicas básicas das amostras, incluindo características ópticas e eletromagnéticas.
Em seguida, a equipe irá explorar as propriedades superficiais das partículas do solo lunar e procurar as técnicas de impressão 3D e o material mais adequado que possa ser impresso em formas apropriadas quando misturados com o solo lunar.
“Se compararmos o solo lunar ao cimento, o que fazemos é primeiro estudar as características do cimento, depois encontrar material adequado, como areia e adesivos, para misturar com o cimento e, por fim, garantir que temos a tecnologia para fazer tijolos a partir da mistura de cimento e areia”, acrescentou Shen.
A tecnologia de moldagem do solo lunar enfrenta uma série de desafios, como compatibilidade de material, estabilidade da mistura e confiabilidade da impressão.
As amostras lunares não serão usadas para os experimentos de construção. Em vez disso, a equipe planeja desenvolver um solo lunar simulado com material existente na Terra e otimizar continuamente os métodos de desenvolvimento e as técnicas de construção com base nos dados de análise das amostras lunares recebidas.
“O BIT fará pleno uso dessas valiosas amostras lunares e se compromete a fornecer uma base teórica e suporte técnico para a futura construção de estações de pesquisa lunar”, disse Zhang Jun, acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia e secretário do Partido do BIT.
Ele acrescentou que a universidade irá colaborar com organizações relevantes em pesquisa científica e treinamento de pessoal e contribuirá para a exploração de recursos lunares, bem como para o uso pacífico do espaço pela humanidade.
A Chang’e-5 foi lançada em novembro de 2020 e retornou à Terra em dezembro do mesmo ano. Ela recuperou um total de 1.731 gramas de amostras lunares, principalmente rochas e solo.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Xinhua