China: país tem surto de pneumonia que pode ter sido causado por vírus raro (Didier Marti/Getty Images)
AFP
Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 07h21.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 08h21.
A China reportou nesta segunda-feira (19) o terceiro caso fatal provocado por um vírus misterioso, responsável por um surto de pneumonia, e mais de 200 novos casos de pessoas contaminadas, reforçando as preocupações antes das viagens de milhões de chineses por ocasião do Ano Novo Lunar.
Em Wuhan, a cidade do centro do país onde o novo coronavírus foi descoberto, foram registrados 136 novos casos no fim de semana, enquanto as autoridades anunciaram dois casos em Pequim e um na província de Cantão. O total de novos casos chega a 198. Mais um paciente morreu, aumentando para três o total de mortos. Nove pessoas estão em situação crítica e 35 em estado grave.
Também nesta segunda-feira, autoridades da área de saúde confirmaram que duas pessoas em Pequim e uma em Shenzhen, cidade da província de Guangdong, no Sul, contraíram o vírus. São os primeiros casos da infecção fora da cidade de Wuhan. Vários casos suspeitos da doença também estão sendo observados na província de Zhejiang, na Região Leste do país.
A Comissão de Saúde Nacional da China diz que ainda é possível prevenir e controlar a transmissão do vírus. Peritos do órgão, porém, afirmam ainda não ter compreendido inteiramente a rota da infecção. Acrescentam que vão monitorar atentamente para verificar se o vírus sofrerá alguma mutação.
A comissão vai intensificar o monitoramento, com a aproximação do início, na sexta-feira, do feriado prolongado do Ano-Novo Lunar, em que grande número de chineses costuma viajar.
Autoridades de saúde da Coreia do Sul informaram que foi confirmado o primeiro caso no país do novo tipo de coronavírus, que pode ser o responsável por um surto de pneumonia na China.
Segundo informação divulgada hoje, a paciente é uma mulher chinesa, de aproximadamente 30 anos que vive em Wuhan, cidade da região central da China, foco do surto.
Ela teria entrado na Coreia do Sul nesse domingo (19), desembarcando no aeroporto de Incheon, nas proximidades de Seul. Ainda segundo as autoridades, a mulher apresentava febre e calafrios desde sábado, mas teria recebido um diagnóstico de resfriado comum durante consulta em um hospital em Wuhan.
Após a chegada ao aeroporto de Incheon, ela passou por exame médico em um hospital nas proximidades do aeroporto, com resultado positivo para o vírus.
As autoridades garantem que vão implementar medidas para conter a disseminação da infecção durante o feriado prolongado do Ano-Novo Lunar, que começa nesta semana. A Coreia do Sul pede que as pessoas que forem a Wuhan evitem contato com animais selvagens.
O Japão também confirmou na última semana o primeiro caso de infecção do novo coronavírus. O exame de um homem de cerca de 30 anos da região administrativa de Kanagawa, próxima de Tóquio, deu positivo, informou o Ministério da Saúde do Japão em um comunicado emitido nesta quinta-feira.
O Departamento de Estado norte-americano emitiu uma atualização de seu alerta de saúde a respeito de viagens à região de Wuhan na quarta-feira, citando um Alerta de Observação Nível 1 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e exortando os cidadãos a caminho da região a evitarem contato com animais, mercados de animais ou produtos animais, entre outras precauções.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o novo vírus pode se espalhar e alertou hospitais de todo o mundo.
Os coronavírus são uma grande família de vírus que podem causar infecções que vão da gripe comum à Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). Alguns tipos do vírus causam doenças menos sérias, e outros são muito mais graves, como o da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).
O paciente japonês voltou de Wuhan neste mês com febre e foi hospitalizado. Ele teve alta na quarta-feira depois que os sintomas diminuíram, de acordo com o comunicado do Ministério da Saúde.