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China sofre leve desaceleração do PIB no segundo semestre

A segunda economia mundial cresceu 9,5% de abril a junho, resultado superior à previsão dos economistas

A atividade econômica do país mantém seu vigor, apesar do fim dos estímulos governamentais, como, por exemplo, a aquisição de carros pequenos.
 (AFP)

A atividade econômica do país mantém seu vigor, apesar do fim dos estímulos governamentais, como, por exemplo, a aquisição de carros pequenos. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 12h14.

Pequim - O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China registrou no segundo trimestre uma leve desaceleração das medidas do governo para controlar a inflação, que causa descontentamento social.

O PIB da segunda economia mundial cresceu 9,5% interanual no período abril-junho, indicou a Agência Nacional de Estatísticas (ONE).

Esse resultado se situa acima da previsão média de economistas consultados pela agência Dow Jones, que prognosticavam 9,4%.

Dessa forma, os 9,5% do segundo semestre confirma uma diminuição do ritmo de crescimento: o PIB chinês aumentou 9,7% no período janeiro-março e 9,8% no último trimestre de 2010.

No primeiro trimestre de 1011, o crescimento foi de 9,6%, frente aos 10,3% no mesmo período de 2010.

Esses dados acalmarão as preocupações de uma aterrissagem forçada da economia chinesa, num momento em que outros países brigam ainda para sair da recessão que atingiu mundo em 2008.

"Os fatores de crescimento continuam sendo fortes na China. Há poucos riscos de uma desaceleração forte", afirmou o porta-voz da ONE, Sheng Laiyun.

A atividade econômica mantém seu vigor, apesar do fim dos estímulos governamentais, como, por exemplo, a aquisição de carros pequenos.

"A economia está operando uma mudança de crescimento rápido estimulado pelas medidas de reativação para um desenvolvimento saudável sem ajuda governamental", destacou Sheng Laiyun em um comunicado.

O governo chinês adotou uma série de medidas para frear a inflação, que se acelerou 6,4% em junho, seu nível mais alto em três anos, com preços dos alimentos que ultrapassaram os 14%.

Entre essas medidas figuram o aumento das taxas de juros e das reservas obrigatórias dos bancos.

"Apesar de continuar havendo uma pressão muito forte dos preços em alta, há um número crescente de fatores que levam à estabilização dos preços", declarou o porta-voz da ONE.

Segundo Alistair Thornton, economista da IHS Global Insight, "um crescimento mais lento e uma inflação mais elevada colocam o governo ante um dilema de política monetária", dado que uma contração excessiva do crédito poderia provocar uma desaceleração da economia.

Mas a maioria dos analistas descarta no momento esse cenário, dado que o PIB chinês continua muito acima dos objetivos do governo, com um crescimento de 8% em 2011 e de 7% em média no período 2011-2015.

A economia chinesa está numa trajetória de "aterrissagem suave", segundo Thornton.

Os mercados regionais reagiram positivamente ao anúncio desses dados, com altas de 1,48% na bolsa de Xangai, 1,22% em Hong Kong, 0,94% em Seul, 0,43% em Sydney e 0,37% em Tóquio.

O crescimento continua tendo como motor os investimentos em capital fixo, que aumentaram 25,6% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2010. As vendas a varejo, principal indicador do consumo, progrediram 16,8%.

A saúde do sistema financeiro é, em compensação, motivo de preocupação, já que os bancos chineses emprestaram de forma maciça às coletividades locais depois da crise de 2008 para apoiar a demanda interna com projetos de infra-estruturas e programas imobiliários.

A agência Moody's advertiu na semana passada que poderá colocar em perspectiva negativa a situação do setor bancários chinês.

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