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China será o terceiro país mais influente no FMI

China ocupará o terceiro maior peso; Brasil, Rússia, Índia e China somarão 14,18% das cotas do FMI

Reunião do G-20, na Coreia do Sul: países emergentes terão mais poder no Fundo Monetário Internacional (Getty Images)

Reunião do G-20, na Coreia do Sul: países emergentes terão mais poder no Fundo Monetário Internacional (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2010 às 19h31.

Gyeongju - As economias emergentes de rápido crescimento terão maior influência no Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo um acordo fechado no sábado e que reflete uma mudança no poder mundial a partir das nações industrializadas.

De acordo com a decisão, mais de 6% das fatias de voto no FMI serão passadas a países em desenvolvimento, como a China, que se tornará o terceiro maior integrante do órgão de empréstimos, sediado em Washington e que tem 187 membros.

A Europa entregará dois dos oito ou nove assentos que controla a qualquer momento no Comitê Executivo do FMI, que continuará com 24 membros, segundo um comunicado emitido depois de um encontro de ministros das Finanças do G-20.

Como parte de um papel mais global, o G-20 também decidiu dobrar as cotas do FMI, que determinam com quanto cada país contribuirá ao FMI e quanto eles podem pegar emprestado.

As cotas atualmente somam cerca de 340 bilhões de dólares. Os membros do FMI pediram a duplicação dessa quantia que, segundo eles, colocaria o fundo "em uma forte posição para evitar ou lidar com potenciais crises nos próximos anos."

O G-20 disse que as reformas tornariam a entidade "mais efetiva, confiável e legítima."

As modificações correspondem a uma reforma da ordem econômica mundial estabelecida quando o FMI foi criado, após a Segunda Guerra Mundial, fazendo o diretor-gerente Dominique Strauss-Kahn descrever o acordo como histórico.

A redução na representação da Europa é menor do que a pretendida pelos Estados Unidos. Contudo, Washington, que tem 17,67% de participação nas cotas do FMI, manterá seu poder de veto nas decisões mais importantes, pois elas continuarão precisando de uma grande maioria, de 85%, para serem aprovadas, disseram autoridades do órgão.


"Era uma reforma esperada há muito tempo e que está realmente mudando o equilíbrio do poder e dando espaço para todas as economias, inclusive as emergentes", afirmou a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde.

A China vai superar Alemanha, França e Grã-Bretanha no ranking de poder do fundo, com sua cota aumentando de 3,65% para 6,19%. A Índia ficará na oitava posição, com a Rússia em nono e o Brasil em décimo, de acordo com o ministro das Finanças russo.

Juntos, os quatro países, conhecidos como Bric, terão 14,18% das cotas do FMI.

Os mercados emergentes em geral terão 42,49%, número que o G-20 diz que deve subir após uma abrangente revisão da fórmula de cotas esperada até janeiro de 2013.

"Isso não completa o processo de reforma", disse o ministro das Finanças russo, Alexei Kudrin. "A posição dos países de mercados emergentes é que esse trabalho precisa continuar."

A decisão sobre quais países europeus deixarão seus assentos deve demorar um ano ou mais. O G-20 estabeleceu um prazo final para outubro de 2012. Bélgica, Dinamarca, Holanda e Suíça estão entre as nações que podem perder espaço.

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