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China, Rússia e Irã se reúnem para cúpula

O início deste encontro coincide com as últimas horas, do outro lado do Pacífico, da reunião dos países industrializados do G7

Hassan Rohani, presidente do Irã e Vladimir Putin, presidente da Rússia: Rohani é o segundo presidente iraniano a participar de uma cúpula da Organização de Xangai (Sergei Karpukhin/Reuters)

Hassan Rohani, presidente do Irã e Vladimir Putin, presidente da Rússia: Rohani é o segundo presidente iraniano a participar de uma cúpula da Organização de Xangai (Sergei Karpukhin/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de junho de 2018 às 09h49.

Os presidentes da Rússia, Irã e China se reúnem neste sábado em uma cúpula, em meio a tensões comerciais e diplomáticas com os Estados Unidos, e enquanto o G7, realizado no Canadá, revela profundas divergências entre Washington e seus aliados.

A cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que além da China e da Rússia inclui vários países da Ásia Central e do Sul, começa neste sábado na cidade costeira de Qingdao, no leste da China.

O início deste encontro coincide com as últimas horas, do outro lado do Pacífico, da reunião dos países industrializados do G7, que deixou de ser G8 desde que a Rússia foi excluída do clube, em 2014.

O G7 tenta reduzir as grandes fraturas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu no comércio e sobre o programa nuclear iraniano.

Veículos blindados e forças de segurança patrulhavam neste sábado as ruas da grande cidade portuária chinesa, conhecida por suas colinas de pinheiros e mansões de estilo alemão.

As autoridades evacuaram comerciantes, moradores e turistas de vários bairros, antes de uma cerimônia oficial de abertura programada para 8h45 de Brasília.

Junto ao presidente russo Vladimir Putin e o chinês Xi Jinping, um convidado especial participará da reunião: o presidente iraniano Hassan Rohani. E embora a questão do acordo nuclear iraniano não esteja na agenda, Rohani deve falar sobre o assunto com seus colegas.

Moscou e Pequim assinaram, juntamente com os Estados Unidos, a França, a Alemanha e o Reino Unido, o acordo de 2015 pelo qual Teerã concordou em limitar suas atividades nucleares em troca de um levantamento parcial das sanções internacionais.

Mas a decisão de Donald Trump de retirar seu país do pacto abriu as portas para novas sanções contra o Irã e contra empresas estrangeiras presentes no país.

Teerã busca garantir o apoio dos outros signatários e, especialmente, da China, grande consumidora do petróleo iraniano, para manter sua economia viva.

"O Irã não pode esperar indefinidamente. Temos sido um ator fiel aos nossos compromissos e estamos diante de uma região extremamente volátil", disse à AFP uma importante autoridade iraniana, Masoumeh Ebtekar, durante visita à Lituânia.

Diante da retirada dos Estados Unidos, "os membros da OCS poderiam acordar o status de membro ao Irã, em apoio e aderência ao acordo nuclear", observa Dawn Murphy, professor de relações internacionais do US Air War College.

Rohani é o segundo presidente iraniano a participar de uma cúpula da Organização de Xangai, onde Teerã tem apenas um status de observador.

A OCS tem entre seus membros quatro antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central (Uzbequistão, Cazaquistão, Tajiquistão, Quirguistão) e dois recém-chegados: Índia e Paquistão.

Esta cúpula também é realizada pouco antes do encontro histórico, na terça-feira (12) em Singapura, entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un.

A China, que não pretende ser marginalizada das negociações entre Washington e Pyongyang, também deve aproveitar a cúpula da OCS para promover seu grande projeto de infraestrutura "novas rotas da seda".

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