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China e Rússia discutem cooperação econômica

Gazprom e Corporação Nacional de Petróleo da China assinaram acordo, indicando a energia como eixo das relações entre os países

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e seu equivalente chinês, Hu Jintao (Dmitry Astakhov/AFP)

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e seu equivalente chinês, Hu Jintao (Dmitry Astakhov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2010 às 09h36.

Pequim - O presidente da China, Hu Jintao, e seu colega russo, Dmitri Medvedev, assinaram hoje em Pequim vários documentos de cooperação econômica, entre os quais destacam acordos nos setores energético e nuclear.

Segundo a agência de notícias oficial "Xinhua", as empresas estatais Gazprom e Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) firmaram um acordo para ampliar o fornecimento de gás russo à China, mas fontes russas indicaram que o preço de aquisição do combustível continua sendo negociado.

"A Rússia está preparada para garantir completamente a demanda crescente de gás da China. Esperamos contratos comerciais para meados de 2011", ressaltou o vice-primeiro-ministro russo, Igor Sechin, em declarações divulgadas pela agência russa "Itar-Tass".

Medvedev e Hu participaram da cerimônia de inauguração do trecho chinês do Grande Oleoduto Oriental, um canal de 1.030 quilômetros entre a refinaria russa de Skovorodino e a chinesa de Daqing, e que a partir de 1º de janeiro de 2011 transportará o equivalente a 300 mil barris de petróleo diários.

"A conclusão sem complicações do projeto do oleoduto é um modelo para a cooperação de benefício mútuo entre os dois países e uma referência para a cooperação energética entre China e Rússia", afirmou Hu Jintao, citado por "Xinhua".

Por outro lado, a CNPC também assinou há uma semana um acordo com a empresa russa OAO Rosneft para a construção de uma refinaria na cidade litorânea de Tianjin, um projeto com orçamento de US$ 5 bilhões e que será capaz de processar 260 mil barris diários de petróleo quando entrar em funcionamento, até o ano 2015.


Além disso, os dois países também fecharam hoje um contrato para a construção de mais duas unidades (as número 3 e 4) da usina nuclear de Tianwan, na província chinesa de Jiangsu (leste), próxima a Xangai, a cargo do consórcio russo AtomStroyExport.

Outros acordos abrangeram as áreas de energias renováveis, pesca, luta antiterrorista e cooperação financeira, com um convênio de crédito para a exportação entre o Banco Comercial e Industrial da China (ICBC), o maior banco do mundo por capitalização de mercado, e o russo VTB Bank.

Hu recebeu hoje Medvedev no Grande Palácio do Povo de Pequim e destacou que a visita do presidente russo, a segunda à China desde que chegou ao poder, é "um grande acontecimento das relações chinês-russas deste ano".

Segundo dados do Kremlin, o comércio bilateral com a China se recuperou no primeiro semestre deste ano e atingiu um volume de US$ 25,5 bilhões, 56,3% a mais que na primeira metade do ano passado.

"Estamos contentes de ver como o comércio bilateral praticamente se recuperou do impacto da crise financeira global", ressaltou Medvedev.


"Chegaremos ao nível de antes da crise", assegurou o dirigente russo, em referência ao ano de 2008, quando o intercâmbio comercial entre os dois países chegou ao número recorde de US$ 55,9 bilhões.

No plano político, os dois líderes acordaram continuar cooperando conjuntamente dentro dos foros multilaterais que os dois Estados compartilham, como o Grupo dos Vinte (G20, países ricos e emergentes), a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) e o grupo do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

Os dois países, 2ª e 12ª maiores economias mundiais e ambos com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, propuseram "uma nova era" na "aliança estratégica" que os une e que os leva a compartilhar posições em assuntos como a oposição às iniciativas militares dos Estados Unidos e as sanções internacionais contra a Coreia do Norte.

O presidente russo iniciou ontem sua viagem à cidade de Dalian (nordeste da China), onde assistiu a um ato comemorativo do 65º aniversário da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial, hoje se deslocou à capital chinesa e amanhã deve visitar a Exposição Universal de Xangai para liderar as celebrações do Dia da Rússia no evento.

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