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China repatria mais cidadãos no Vietnã

A China prosseguiu hoje com a repatriação de milhares de cidadãos no Vietnã, após os distúrbios contra o país registrados na semana passada


	Policiais no Vietnã: no fim de semana, a China retirou mais de 3 mil cidadãos
 (Hoang Dinh Nam/AFP)

Policiais no Vietnã: no fim de semana, a China retirou mais de 3 mil cidadãos (Hoang Dinh Nam/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 11h24.

Pequim - A China prosseguiu nesta segunda-feira com o processo de repatriar milhares de cidadãos no Vietnã, após os distúrbios contra o país registrados na semana passada, e suspendeu parcialmente as relações com Hanói, em um contexto de crescentes tensões entre os dois países comunistas.

Os navios Wuzhishan e Tongguling zarparam do porto vietnamita de Vung Ang com quase 2.000 cidadãos chineses a bordo, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Estes são dois dos quatro navios, cada um com capacidade para mil passageiros, que a China enviou para o Vietnã. Os outros aguardam para ancorar, segundo a Xinhua.

"Finalmente em casa", disseram aliviados alguns trabalhadores quando subiram a bordo das embarcações, depois que escaparam dos tumultos, os mais violentos ocorridos no Vietnã nas duas últimas décadas.

A retirada dos cidadãos chineses também acontece com aviões, especialmente das pessoas que ficaram feridas durante as manifestações, informou nesta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores chinês.

Os episódios de violência, que duraram vários dias, foram provocados pela decisão de Pequim de instalar uma plataforma de perfuração em uma zona do Mar da China Meridional disputada pelos dois países.

Pelo menos dois chineses morreram e mais de 130 ficaram feridos nos eventos. Além disso, foram registrados danos significativos em fábricas controladas por cidadãos chineses, mas também com capital estrangeiro.

No domingo, as autoridades vietnamitas mobilizaram as forças de segurança para impedir novas manifestações anti-chinesas.

Hanói parece ter percebido os efeitos devastadores de perder a confiança dos investidores estrangeiros, cujo capital é essencial para o desenvolvimento do país.

Durante o fim de semana, a China retirou mais de 3.000 cidadãos de território vietnamita, de acordo com os meios de comunicação oficiais, e aqueles que planejavam viajar para o país vizinho tiveram que adiar seus planos.

O maior site de viagens do país, o Ctrip, oferece adiar a viagem daqueles que tinham planejado visitar o Vietnã e devolver o dinheiro para aqueles que foram forçados a cancelar suas reservas.

Pequim anunciou no domingo a suspensão de vários programas de intercâmbio bilateral, depois de acusar Hanói de "conivência" com os organizadores dos tumultos.

"Estamos analisando outras medidas em função da evolução dos acontecimentos", advertiu nesta segunda-feira Hong Lei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Pequim alega ter uma soberania inalienável sobre a quase totalidade do Mar da China Meridional, onde China e Vietnã disputam as ilhas Paracelso e Spratly.

Estas ilhas, que estão localizadas no meio das rotas marítimas internacionais, supostamente possuem um solo muito rico em combustíveis.

A China e o Vietnã se enfrentaram em uma batalha naval em 1974, que matou cerca de 50 vietnamitas.

Após o conflito, Pequim assumiu o controle das ilhas Paracelso, o que piorou a animosidade histórica entre os vizinhos comunistas.

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