Mundo

China rejeita EUA como juiz de direitos humanos

Na mais recente onda de repressão, o artista chinês Ai Weiwei foi o ativista mais conhecido a ser detido

O conflito sobre direitos humanos entre Pequim e Washington intensificou-se desde que o Partido Comunista chinês ampliou as restrições a dissidentes e ativistas (Getty Images)

O conflito sobre direitos humanos entre Pequim e Washington intensificou-se desde que o Partido Comunista chinês ampliou as restrições a dissidentes e ativistas (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2011 às 17h54.

Pequim - Os Estados Unidos estão cercados por violência, racismo e tortura e não têm autoridade para condenar os problemas de direitos humanos de outros governos, declarou a China neste domingo, em revide às críticas dos norte-americanos à repressão chinesa.

O conflito sobre direitos humanos entre Pequim e Washington intensificou-se desde que o Partido Comunista chinês ampliou as restrições a dissidentes e ativistas.

A ação tem gerado protestos de Washington e de outros governos ocidentais. Na mais recente onda de repressão, o artista chinês Ai Weiwei foi o ativista mais conhecido a ser detido. A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, afirmou na sexta-feira estar "profundamente preocupada" com a situação e citou "tendências negativas", incluindo a prisão de Ai Weiwei.

Um relatório do Departamento de Estado sobre direitos humanos divulgado na sexta-feira afirma que Pequim intensificou as restrições para advogados, ativistas, blogueiros e jornalistas. Aumentou o controle sobre a sociedade civil e os esforços para controlar a imprensa e a Internet.

A China, no entanto, não mostra sinais de que se deixa sensibilizar pela pressão. O Ministério do Exterior neste sábado chamou o relatório norte-americano de invasivo. Foi divulgado trechos de um relatório do governo chinês sobre os direitos humanos nos Estados Unidos.

"Pare com o comportamento de explorar direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países", diz o documento, de acordo com trechos divulgados. "Os EUA ignoram os seus próprios problemas de direitos humanos e tratam direitos humanos como uma ferramenta política para atacar outros países e fazer avançar os seus interesses estratégicos", afirma o relatório chinês.

Produzido pelo braço de relações públicas do governo, o documento trata do que foi chamado de carências e ameaças graves enfrentadas por muitos norte-americanos. Trata também da invasão ao Iraque e cita a recusa dos EUA em ratificarem tratados internacionais de direitos humanos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo