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China rejeita acusação dos EUA de ter violado acordo sobre tarifas

Tensões comerciais voltam após redução temporária de tarifas entre os países

Conflito tarifário: China rejeita acusações dos EUA e cobra respeito ao acordo de Genebra sobre redução de tarifas (NHAC NGUYEN / POOL / AFP/AFP)

Conflito tarifário: China rejeita acusações dos EUA e cobra respeito ao acordo de Genebra sobre redução de tarifas (NHAC NGUYEN / POOL / AFP/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 2 de junho de 2025 às 09h26.

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A China afirmou nesta segunda-feira que "rejeita firmemente" a acusação dos Estados Unidos de que teria violado um acordo para reduzir as tarifas entre as duas potências, enquanto Washington espera que um diálogo entre os presidentes dos dois países resolva as tensões comerciais. Donald Trump provocou a retomada da disputa tarifária com a China na sexta-feira ao acusar Pequim de não respeitar os termos do acordo de distensão negociado em 12 de maio em Genebra, mas a China rejeitou a versão.

Washington "fez acusações falsas e acusou sem cabimento a China de violar o consenso, o que é seriamente contrário aos fatos", afirmou o Ministério do Comércio chinês em um comunicado. "A China rejeita firmemente as acusações sem cabimento", acrescentou a nota.

Acordo de Genebra e novas tensões

O acordo de Genebra permitiu suspender temporariamente a tensão comercial, que havia elevado as tarifas sobre os produtos americanos a 125% e sobre os produtos chineses a 145%. Após dois dias de reuniões, as duas potências concordaram em reduzir temporariamente suas tarifas para 30% e 10%, respectivamente. Mas Trump acusou a China de ter "violado totalmente" o acordo.

O ministério chinês afirmou que Washington "conseguiu introduzir uma série de medidas restritivas discriminatórias contra a China", citando os controles sobre a exportação de semicondutores de inteligência artificial e a revogação de vistos para estudantes chineses nos Estados Unidos.

"Pedimos aos Estados Unidos que alcancem um acordo com a China, corrijam suas ações equivocadas e mantenham o consenso conjunto das negociações comerciais de Genebra", acrescentou o ministério.

Expectativa por reunião entre Trump e Xi Jinping

"A China está retendo produtos essenciais para a cadeia de suprimentos da Índia e da Europa, e isso não é o que faz um parceiro comercial confiável. Confio em que quando o presidente Trump e o presidente do Partido Comunista, Xi Jinping, se comuniquem, isto possa ser resolvido", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, à emissora CBS.

Segundo o Wall Street Journal, o problema se deve à lentidão da China para conceder novas licenças de exportação de terras raras e outros componentes necessários para semicondutores e automóveis.

"O fato de a China estar retendo alguns dos produtos que concordou em fornecer em nosso acordo, pode se dever a uma falha no sistema chinês ou, talvez, seja intencional. Vamos ver o que acontece", acrescentou Bessent.

Perguntado sobre o possível encontro, disse: — Penso que veremos algo muito em breve.

Ofensiva regulatória e entraves legais

Em entrevista à rede ABC, também no domingo, Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, sugeriu que o contato direto entre os dois presidentes poderia ocorrer "esta semana".

— Acho que (a China) simplesmente está tomando tempo para implementar o acordo (...) Estamos tomando certas medidas para demonstrar-lhes nossa opinião a respeito — disse o secretário do Comércio, Howard Lutnick. — Nosso presidente sabe o que tem que fazer e vai encontrar uma solução, estou certo disso — completou.

Na quarta-feira, o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA bloqueou as tarifas "recíprocas" de pelo menos 10% reivindicadas por Trump, assim como as impostas ao Canadá, ao México e à China no âmbito da guerra contra o fentanil, considerando que apenas o Congresso teria poder legal para tal medida.

Uma corte de apelações, à qual o governo recorreu, bloqueou esta decisão anterior, à espera de um julgamento sobre o mérito da questão.

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