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China reforça controle sobre minerais raros essenciais para fabricação de chips de computador

Principal produtor de minerais raros, Pequim está usando restrições de exportação e seu poder sobre empresas estatais para controlar ainda mais acesso aos materiais

Agência o Globo
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Publicado em 28 de outubro de 2024 às 16h55.

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O controle rígido da China sobre a mineração e refino de minerais raros, componentes essenciais para tecnologias avançadas, está prestes a se intensificar.

Nos últimos dias, o governo chinês adotou medidas que dificultam o acesso de empresas estrangeiras, especialmente fabricantes de semicondutores, aos minerais extraídos e refinados no país. Com isso, o domínio da China sobre o mercado global desses materiais se solidifica.

Desde 1º de outubro, os exportadores são obrigados a fornecer rastreamentos detalhados sobre o uso das remessas nas cadeias de suprimentos ocidentais. Isso concede a Pequim mais controle sobre quais empresas estrangeiras terão acesso a suprimentos escassos.

Aquisições corporativas estratégicas

A China também está aumentando sua participação na mineração e produção de metais de terras raras. Recentemente, duas refinarias estrangeiras na China foram adquiridas por estatais chinesas, reforçando o controle governamental sobre a cadeia de suprimentos de minerais.

Além disso, o Ministério do Comércio da China impôs restrições à exportação de elementos como antimônio, gálio e germânio, todos cruciais para a fabricação de chips e tecnologias militares. A segurança nacional também foi reforçada, com o setor de terras raras sendo classificado como segredo de estado. Autoridades condenaram dois gerentes por vazamento de informações sensíveis.

Impacto global e reação internacional

Os minerais raros tornaram-se um campo de batalha na disputa tecnológica entre China e EUA. Cada lado impõe controles de exportação sobre componentes críticos, enquanto busca criar cadeias de suprimentos alternativas. Segundo a Casa Branca, a dependência de processamento de minerais na China deixa os EUA e aliados vulneráveis a crises de fornecimento.

Empresas fora da China, como a belga Solvay e a australiana Lynas, tentam expandir a produção de disprósio em locais como França, Malásia e Texas. No entanto, a viabilidade econômica e os desafios técnicos dificultam esses esforços, já que a China mantém vantagens em custos de produção e expertise técnica.

O CEO da MP Materials, James Litinsky, mencionou que, em um cenário de urgência, a produção de disprósio poderia ser aumentada rapidamente. No entanto, o economista Roderick G. Eggert, da Colorado School of Mines, destacou a dificuldade de competir com empresas chinesas, devido aos seus custos mais baixos e disposição para cortar preços.

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