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China quer virar polo de atração para tecnologias verdes

O maior poluente do planeta quer incentivar o desenvolvimento e a utilização de fontes alternativas de energia

Tianjin é o centro do programa de apoio ao desenvolvimento de energias limpas da China (Str/AFP)

Tianjin é o centro do programa de apoio ao desenvolvimento de energias limpas da China (Str/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Tianjin, China - A China, maior poluente do planeta, lançou um amplo programa de apoio ao desenvolvimento de energias limpas, dos biocombustíveis ao setor eólico, um atrativo para empresas estrangeiras que enfrentam restrições orçamentárias em seus países. Em um laboratório perto de Tianjin (norte), especialistas criam bilhões de micro-organismos com o objetivo de produzir enzimas capazes de transformar os dejetos industriais em biocombustíveis não poluentes.

O local pertence à Novozymes, empresa dinamarquesa inserida no cada vez mais numeroso grupo de companhias estrangeiras que se beneficiam dos investimentos da China nas tecnologias verdes.

"A situação nunca foi tão boa", declarou à AFP o presidente da Novozymes China, Michael Christiansen.

O governo chinês anunciou uma verba de 750 bilhões de dólares para desenvolver energias limpas durante a próxima década. A meta é cobrir 15% das necessidades de consumo com fontes energéticas renováveis até 2020.

"A China é vista como um ótimo mercado para comercializar tecnologias em grande escala, assim como para gerar uma vantagem competitiva a longo prazo ao redor de tecnologias limpas", afirmou o especialista Ben Warren, da empresa de consultoria Ernst & Young.

O gigante asiático ultrapassou este ano os Estados Unidos como mercado mais atrativo para investimentos em energias renováveis, segundo um estudo da Ernst & Young.


A China também assumiu a liderança nos investimentos em energia eólica, depois do anúncio de um plano para instalar uma capacidade de produção de 90.000 megawatts até 2015.

"No Ocidente, a situação é difícil para as empresas, porque temos problemas para encontrar financiamento", explicou o presidente da americana Cleantech Group, Nicholas Parker, cuja empresa é especializada em pesquisa de tecnologias limpas.

"A construção de parques eólicos geralmente é financiada com empréstimos, que desaceleraram com a crise. Na China, este problema não existe", completou.

As tecnologias verdes são favorecidas ainda pelos municípios, que oferecem terrenos gratuitos ou dinheiro para a pesquisa e o desenvolvimento do setor, assim como pelos bancos chineses, que concedem empréstimos a taxa menores que nos Estados Unidos.

"Aparentemente, a China possui no momento os estímulos mais eficazes para a produção de energias renováveis", destacou o analista Michal Meidan, do Eurasia Group, consultoria especializada em análises de risco político.

A demanda de financiamento para o desenvolvimento de energias limpas na China pode alcançar 450 bilhões de dólares até 2020, segundo o jornal China Daily.

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