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China promete "controlar eficazmente" emissões de CO2

O anúncio acontece uma semana antes do início da Cúpula de Cancún para a mudança climática

China já havia anunciado um plano para reduzir entre 40% e 45% suas emissões de carbono (Paula Bronstein/Getty Images)

China já havia anunciado um plano para reduzir entre 40% e 45% suas emissões de carbono (Paula Bronstein/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 10h36.

Pequim - A Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, principal responsável pelo planejamento econômico da China, assegurou nesta terça-feira, em seu relatório anual sobre a mudança climática, que o país "controlará eficazmente" as emissões de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa, informou a agência "Xinhua".

O anúncio da comissão acontece uma semana antes do início da Cúpula de Cancún para a mudança climática, uma estratégia muito similar à adotada no ano passado, quando dias antes do começo da Cúpula de Copenhague o Governo chinês também anunciou seu plano de reduzir entre 40% e 45% suas emissões de carbono.

O relatório da comissão, que apresenta as ações da China para combater a mudança climática e os planos de futuro, é publicado no momento em que o Governo do gigante asiático prepara as linhas gerais do Plano Quinquenal 2011-2015, que marcará a política econômica chinesa nos próximos cinco anos.

Segundo Pequim, o plano conterá direções específicas sobre a redução das emissões.

Até agora, a China não havia falado diretamente sobre a diminuição de suas emissões de poluentes, alegando que, como país em desenvolvimento, ainda restam muitos anos antes que alcance seus níveis máximos neste sentido. No último ano, porém, a ideia de redução começa a ser tratada pelo país que mais emite CO2 na atmosfera.

Segundo o relatório da comissão, publicado nesta terça-feira, as reduções de consumo de energia e a intensidade de carbono (CO2 dividido pelo PIB) serão objetivos vinculativos da China no período 2011-2015.

No relatório, por outro lado, são contempladas também as iminentes negociações no Caribe mexicano, nas quais a China, segundo a comissão, "se opõe a qualquer proposta que não tenha sido completamente discutida e reconhecida pelos países-membros como base das negociações".

A China, com isso, alude aos pedidos de "transparência" em seus programas de mitigação da mudança climática feitos pelos Estados Unidos, que foram um dos principais empecilhos na Cúpula de Copenhague, encerrada com avanços mínimos.

Segundo o vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento e chefe negociador da China em Copenhague e Cancún, Xie Zhenhua, a China já alcançou entre 2005 e 2010 reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 1,5 bilhão de toneladas, graças a medidas de economia de energia e outras iniciativas.

Para a cúpula mexicana, entre 29 de novembro e 10 de dezembro, não se espera ainda um grande pacto mundial, mas sim avanços em algumas partes das negociações, especialmente no financiamento e transferência tecnológica a países em desenvolvimento, para que iniciem programas de mitigação e de conservação das florestas.

A China defende, como outros países em vias de desenvolvimento e emergentes, que são os países desenvolvidos que devem assumir maior responsabilidade na luta contra o aquecimento global e reduzir pelo menos em 40% suas emissões de 2020 em comparação com os níveis de 2005. 

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