Economia chinesa: Governo investe no mercado interno para impulsionar o comércio de produtos que não conseguiram ser exportados (NHAC NGUYEN / POOL / AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de abril de 2025 às 14h56.
A China prometeu usar seu vasto mercado interno para ajudar as empresas a lidarem com "choques externos" — um sinal de que as autoridades estão empenhadas em garantir que os exportadores enfrentem o conflito comercial com os Estados Unidos.
“O mercado interno oferece forte apoio às empresas envolvidas no comércio exterior”, disse o Ministério do Comércio em um comunicado nesta sexta-feira, citando uma reunião em Pequim com a presença do vice-ministro Sheng Qiuping.
O país precisava “aproveitar melhor as vantagens do mercado de escala superdimensionada”, afirmou o ministério, além de “promover a combinação da estabilização do comércio exterior com a expansão do consumo”.
A reunião ocorre enquanto grandes plataformas de comércio eletrônico como JD.com, Alibaba e Tencent anunciam programas para ajudar os exportadores a expandirem suas vendas dentro do país. A JD.com afirmou que comprará produtos no valor de pelo menos 200 bilhões de yuans (US$ 27,4 bilhões) de exportadores para ajudar na comercialização interna ao longo do próximo ano.
Fazer com que os consumidores chineses compensem a perda de negócios com os EUA provavelmente será um desafio. A confiança empresarial e o sentimento do consumidor continuam instáveis na China, e um mercado de trabalho fraco tem deixado muitas pessoas receosas de gastar.
Além disso, o excesso de capacidade em alguns setores tem alimentado uma concorrência feroz de preços, agravando as pressões deflacionárias sobre a economia.
O Ministério do Comércio disse anteriormente que ajudaria associações setoriais, supermercados e plataformas de e-commerce a colaborarem com exportadores para superar os desafios.
No domingo, foi lançada uma campanha na província de Hainan, no sul do país, para promover as vendas domésticas de produtos originalmente fabricados para exportação. A iniciativa envolve grupos comerciais dos setores de produtos mecânicos e elétricos, têxteis, alimentos, metais, minerais, químicos e de saúde. O ministério disse que planeja expandir o projeto para dez províncias.
Exportadores chineses já têm recorrido às redes sociais para anunciar grandes descontos em produtos originalmente feitos para o exterior, dizendo que os estoques estão aumentando porque compradores dos EUA cancelaram pedidos.