Mundo

China dá adeus à sopa de barbatana de tubarão (pelo menos no menu oficial)

Alvo de críticas de ambientalistas, iguaria apreciada há gerações no país deixa de integrar o cardápio dos banquetes promovidos pelo governo

No mercado, o quilo da barbatana pode custar até 600 dólares, dependendo da espécie (Getty Images)

No mercado, o quilo da barbatana pode custar até 600 dólares, dependendo da espécie (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de julho de 2012 às 16h10.

São Paulo – Bem distante da saia-justa em que a prefeitura de SP se envolveu semana passada ao sugerir proibir a distribuição de sopão nas ruas da cidade, o governo da China foi ovacionado por organizações internacionais ao anunciar que vai abolir do cardápio oficial um outro tipo de sopa: a de barbatana de tubarão.

Anunciada esta terça, a medida é parte dos esforços dos departamentos financeiros para restringir os gastos com alimentos de luxo em recepções oficiais e impor uma supervisão mais forte sobre banquetes financiados com dinheiro público. Apesar do claro apelo financeiro, a decisão recebeu elogios de entidades ambientailistas de todo o mundo.

Para a organização Humane Society International, trata-se de "uma decisão monumental" e um "divisor de águas para o movimento global para proteger os tubarões”. Já o grupo conservacionista Shark Savers disse que essa "poderia ser a melhor notícia para os oceanos em tempos". A iniciativa de Pequim, diz os ativistas, também pode levar outros países a seguir o exemplo, como Hong Kong, outro mercado voraz de nadadeira.

(Creative Commons/ Hamron)

Considerada uma iguaria e um símbolo de status social, a sopa de barbatana de tubarão é servida em restaurantes frequentados pela elite chinesa e é presença quase obrigatória em grandes recepções e almoços de negócios importantes.

No mercado, o quilo de nadadeiras pode custar até 600 dólares, dependendo do peixe. De acordo com o WildAid, uma organização de defesa dos animais, pelo menos 70 milhões de tubarões são mortos anualmente por suas barbatanas, prática que colocou sob risco de extinção 17% das espécies conhecidas.

A proibição, relatada pela agência de notícias estatal Xinhua, pode levar até três anos para ter efeito, e não se sabe ao certo se ela será amplamente implementada em um país de dimensões continentais onde ordens emitidas pelo governo central podem ser facilmente ignoradas por funcionários em regiões e províncias distantes de Pequim.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosAnimaisÁsiaChinaMeio ambienteOceanosTrigo

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA