O país se vê diante de uma Ásia cada vez mais volátil onde os Estados Unidos ampliam sua influência estratégica (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2011 às 10h59.
Pequim - A China parece ter realizado um segundo teste de vôo de um novo caça espião, disse um jornal estatal nesta terça-feira, o que, se confirmado, pode representar a diminuição da distância na área militar em relação aos Estados Unidos.
Fotografias do protótipo do caça J-20 circularam em fóruns militares na Internet, afirmou o Global Times, que não confirmou o voo nem a autenticidade das fotos.
A Reuters não pôde verificar as fotografias.
O popular tablóide, propriedade do órgão oficial de comunicação do Partido Comunista, o Diário do Povo, mostrou uma foto de um caça cinza e uma legenda que dizia "suposto protótipo do caça J-20 se prepara para decolar" em um campo de voo em Chengdu, na província de Sichuan, no sudoeste chinês, no domingo.
"A aeronave fez várias passagens e balançou as asas para saudar a plateia próxima do campo de voo", teria dito uma pessoa não identificada citada pelo Global Times.
O Ministério da Defesa da China não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Relatos do primeiro teste de voo do J-20 no início de janeiro tiveram grande circulação nos blogs chineses e em sites de notícias, incluindo o Global Times, antes de o governo confirmar o voo durante uma visita do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
Os comentários sobre um segundo teste bem sucedido do sofisticado caça se seguem ao alerta da China, no final de março, de que o país se vê diante de uma Ásia cada vez mais volátil onde os Estados Unidos ampliam sua influência estratégica.
Alguns analistas têm dito que as primeiras fotos do J-20 dão a entender que a China pode estar fazendo progressos mais rápido do que o esperado no desenvolvimento de um rival ao F-22 Raptor da Lockheed Martin, único avião espião em operação no mundo, desenvolvido para escapar da detecção por radar.
As fotos mais recentes podem aumentar a preocupação com o crescimento militar da China, incluindo um possível acionamento ainda em 2011 de seu primeiro porta-aviões e de um novo míssil balístico anti-embarcação visto como uma ameaça aos porta-aviões norte-americanos.
Fontes chinesas militares e políticas disseram que Pequim pode inaugurar seu primeiro porta-aviões em 2011, um ano antes das expectativas dos analistas dos Estados Unidos.