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China pede que Hong Kong puna autores de violência em protestos

Porta-voz chinês estimou que as manifestações nos últimos meses "comprometeram seriamente" a prosperidade e estabilidade da cidade

Hong Kong: Manifestantes e polícia voltam a se enfrentar durante protestos da população contra lei de extradição (LUDOVIC EHRET/AFP)

Hong Kong: Manifestantes e polícia voltam a se enfrentar durante protestos da população contra lei de extradição (LUDOVIC EHRET/AFP)

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AFP

Publicado em 29 de julho de 2019 às 17h10.

A China pediu, nesta segunda-feira, que o executivo de Hong Kong puna os responsáveis pela violência nas manifestações e "restabeleça a ordem rapidamente", após um novo fim de semana de protestos e confrontos com a polícia na ex-colônia britânica.

Durante uma coletiva de imprensa em Pequim, um porta-voz do Gabinete de Assuntos para Hong Kong e Macau, órgão chinês encarregado das relações com a metrópole do sul do país, estimou que as manifestações nos últimos meses "comprometeram seriamente" a prosperidade e estabilidade da cidade.

"Nenhuma sociedade civilizada ou de Estado de direito tolera a violência desenfreada", afirmou Yang Guang.

Outra porta-voz, Xu Luying, acrescentou que "agora a tarefa prioritária de Hong Kong é punir os atos violentos e ilegais conforme a lei, restaurar a ordem rapidamente e manter um ambiente propício aos negócios".

No domingo à noite, manifestantes pró-democracia entraram em confronto pelo segundo dia consecutivo com a polícia de Hong Kong, resultando nas cenas mais violentas desde o início da contestação no território.

Esses confrontos ocorreram perto do Gabinete de Ligação chinês, que representa a autoridade de Pequim na região semi-autônoma.

A polícia anunciou esta manhã em um comunicado que 49 "manifestantes radicais" foram presos por várias infrações no dia anterior e afirmou que os manifestantes estão "cada vez mais violentos".

A mobilização, iniciada no início de junho pela rejeição da população local a um projeto de Hong Kong - agora suspenso - para autorizar extradições para a China continental, ampliou-se ao longo das semanas, tornando-se um desafio sem precedentes para Pequim desde o retrocesso do território em 1997.

"Conspiração"

A crescente preocupação de Pequim se refletiu nesta segunda-feira em um editorial do jornal oficial em língua inglesa China Daily.

"O que acontece em Hong Kong não é mais uma expressão de reclamações reais ou imaginárias", considerou o jornal.

"Tem o mesmo tom das revoluções coloridas que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África: elementos locais anti-governamentais que conspiram com forças externas para derrubar governos usando meios modernos de comunicação para espalhar rumores, desconfiança e medo".

A polícia acusou os manifestantes de jogar tijolos, garrafas, bombas de tinta, líquidos corrosivos e até mencionou bolas de metal com bestas. Arcos e flechas também foram recuperados do local dos confrontos, de acordo com as forças de ordem.

A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha, e as unidades de elite intervieram para dispersar os últimos manifestantes.

As autoridades anunciaram nesta segunda-feira que 16 pessoas ficaram feridas.

No sábado, incidentes violentos já haviam sido registrados em uma concentração em Yuen Long, uma cidade perto da fronteira chinesa.

Os manifestantes protestavam contra a agressão de militantes pró-democracia em 21 de julho, atribuída a gangues violentas conhecidas como "tríades", que deixou 45 feridos.

À noite, confrontos ocorreram entre agentes da polícia de choque e manifestantes. A polícia informou 13 prisões, enquanto as autoridades da saúde relataram 24 feridos, dois deles gravemente.

A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, não tem dado sinais de querer reverter sua política ou adotar medidas exigidas pelos manifestantes, além da suspensão da polêmica lei de extradição.

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