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China pede que EUA 'pare de se intrometer' em Taiwan

Presidente da ilha asiática está no Havaí, uma escala que Pequim

Presidente taiwanês, Lai Ching-te, durante discurso em Honolulu, Havaí, em 1° de dezembro de 2024 (AFP)

Presidente taiwanês, Lai Ching-te, durante discurso em Honolulu, Havaí, em 1° de dezembro de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 12h39.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 12h41.

A China pediu aos Estados Unidos, na segunda-feira, que “parem de se intrometer” na questão de Taiwan enquanto o presidente da ilha asiática está no Havaí, uma escala que Pequim “condena veementemente”.

Lai Ching-te falou no domingo por cerca de 20 minutos ao telefone com a ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi.

Os dois “trocaram opiniões sobre a indústria de semicondutores, inteligência artificial e ameaças militares da China a Taiwan”, disse a porta-voz presidencial taiwanesa, Karen Kuo, a repórteres.

Pelosi visitou Taiwan em agosto de 2022, quando era presidente da Câmara dos Representantes. Pequim então lançou exercícios militares, incluindo lançamentos de mísseis que sobrevoaram a ilha.

China realiza exercícios com fogo real no estreito de Taiwan

Enquanto estava no Havaí, o líder taiwanês enfatizou em um discurso no domingo o “compromisso” de Taiwan com “sua própria segurança” e o “compromisso comum de Taiwan e dos Estados Unidos com a paz regional”, de acordo com a porta-voz Kuo.

Em um discurso anterior, no sábado, Lai se referiu à necessidade de “lutar juntos para evitar a guerra”, alertando que “não há vencedores” em um conflito.

“Pedimos aos Estados Unidos que parem de se intrometer em Taiwan e de interferir nos assuntos internos da China, e que parem de apoiar e incentivar as forças separatistas de Taiwan”, respondeu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma coletiva de imprensa.

Washington não reconhece e não tem relações diplomáticas oficiais com Taipé, mas é seu principal apoiador e fornecedor de armas.

Condenação de Pequim

A viagem do líder taiwanês ao Havaí marca a primeira etapa de seu giro por vários territórios do Pacífico, uma viagem que ele retrata como o início de uma “nova era democrática”, mas que gera irritação em Pequim.

China e Taiwan têm governos separados desde que as tropas comunistas derrotaram os nacionalistas do Kuomintang em 1949 e estes fugiram para a ilha, agora democrática.

Embora o Partido Comunista nunca tenha governado Taiwan, Pequim reivindica a soberania sobre o território e não descarta a possibilidade de usar a força para assumir o controle.
Pequim condenou a viagem do líder taiwanês.

“A China condena veementemente o fato de os Estados Unidos terem organizado a 'escala' de Lai Ching-te” e apresentou "sérios protestos" a Washington, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.

Pequim também expressou sua “firme oposição” e “lamentou” a recente aprovação de uma proposta de venda de armas dos EUA para Taiwan no valor de US$ 385 milhões (2,3 bilhões de reais).
“Pedimos aos Estados Unidos que parem imediatamente de armar Taiwan”, disse a diplomacia chinesa.

Depois do Havaí, Lai visitará as Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, aliados que reconhecem Taiwan, e fará uma parada durante a noite no território americano de Guam.

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