Mundo

China pede que EUA não se intrometam em conflito

O governo chinês também pediu para que os países envolvidos na disputa pela posse dos arquipélagos usem o diálogo e não "ameaças"

Hong Lei, ministro de Relações Exteriores da China: país "só tenta proteger seus interesses legítimos, sem prejudicar ninguém, de um modo pacífico" (Frederic J. Brown/AFP)

Hong Lei, ministro de Relações Exteriores da China: país "só tenta proteger seus interesses legítimos, sem prejudicar ninguém, de um modo pacífico" (Frederic J. Brown/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2011 às 14h26.

Pequim - O Governo chinês pediu nesta terça-feira a Vietnã, Filipinas e outros países na disputa pela posse de várias ilhas no Mar da China Meridional que usem o diálogo e não "ameaças" para resolver o conflito, além de exigir que os Estados Unidos não intervenham nesta questão.

"Os países não relacionados com a disputa devem respeitar os esforços dos países diretamente envolvidos", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês Hong Lei, em resposta ao Senado americano que condenou as ações da China no conflito.

Hong destacou que os países na disputa pelos arquipélagos da região (as ilhas Paracel e as Spratly) devem comparecer à negociação, respeitando a Declaração de Conduta das Partes no Mar do Sul da China.

A tensão na área aumentou nos dois últimos dias, depois que o Governo vietnamita conduziu manobras navais nos arredores dos arquipélagos em disputa e permitiu novas manifestações contra a China em Hanói e Ho Chi Minh (antiga Saigon).

Além disso, Hanói anunciou que em breve conduzirá manobras navais conjuntas na mesma área com os EUA, enquanto em Washington o senador Jim Webb, diretor do Comitê de Relações do Senado com a Ásia Oriental, pediu ao Governo americano uma atitude mais firme contra Pequim pelo "uso da força" nas ilhas disputadas.

Ao comentar estas declarações, Hong Lei considerou nesta terça-feira que "alguns países tomam ações unilaterais para minar a soberania chinesa e lançam comentários sem fundamento para complicar a disputa", assinalou.

Hong acrescentou que a China "só tenta proteger seus interesses legítimos, sem prejudicar ninguém, de um modo pacífico, sem fazer uso da força", garantiu.

No meio das crescentes tensões, as Filipinas anunciaram na segunda-feira a decisão de rebatizar o Mar da China Meridional como "Mar Ocidental das Filipinas", algo também rejeitado pelo porta-voz chinês.

As ilhas Spratly são disputadas total ou parcialmente por Brunei, China, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã; um litígio que ganhou força nos anos 1980, quando foram descobertas jazidas de petróleo e gás na região.

Nas últimas semanas, o Governo chinês protestou por ações de outros países no arquipélago, como as tentativas do Vietnã de realizar eleições legislativas nas ilhas, ou as reivindicações de soberania apresentadas pelas Filipinas na Organização das Nações Unidas (ONU) em abril.

As ilhas Paracel são reivindicadas por China, Vietnã e Taiwan e um dos motivos do breve conflito armado entre chineses e vietnamitas em 1974.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Biden condena eleições na Venezuela e elogia eleitores por buscar mudança

Milei diz que ONU é 'leviatã' e que Argentina vai abandonar neutralidade histórica

Cápsula de "assistência ao suicídio" causa polêmica na Suíça

Elon Musk sinaliza interesse em investir na Argentina com operações de suas empresas