Mundo

China pede que EUA evitem incidentes como o de Chen

O jornal China Daily também criticou o governo norte-americano, dizendo que Washington "cometeu um erro"

O ativista, que permanece num hospital de Pequim, para onde foi com o objetivo de receber tratamento médico (US Embassy Beijing Press Office/AFP)

O ativista, que permanece num hospital de Pequim, para onde foi com o objetivo de receber tratamento médico (US Embassy Beijing Press Office/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 14h06.

Pequim - A China pediu que os Estados Unidos adotem novas medidas para evitar que seus cidadãos busquem refúgio em missões diplomáticas norte-americanas, após o caso envolvendo o ativista cego Chen Guangcheng. Há temores de que as autoridades chinesas possam retaliar familiares e partidários do ativista.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei, criticou nesta segunda-feira a forma como os Estados Unidos cuidaram do caso, dizendo que foi uma interferência nos assuntos internos do país. Os Estados Unidos devem "tomar as medidas necessárias para evitar incidentes similares e tomar ações concretas" para manter as relações entre China e Estados Unidos, afirmou o porta-voz.

O jornal China Daily também criticou o governo norte-americano, dizendo que Washington "cometeu um erro". " Ele (o governo dos Estados Unidos) violou leis internacionais e chinesas e interferiu nos assuntos internos da China", disse o jornal, em sua página de opinião. "Por isso, os Estados Unidos devem um pedido de desculpas à China."

Apesar disso, Chen disse nesta segunda-feira que está confiante de que Pequim vai conceder a ele visto para estudar no exterior. Chen é um ativista cego e advogado autodidata que escapou da prisão domiciliar e buscou abrigo na embaixada dos Estados Unidos em Pequim, dando início a um impasse diplomático. De acordo com as negociações, ainda em andamento, anunciadas sexta-feira por Washington e Pequim, Chen deve sair do país para estudar nos Estados Unidos.

"Já que o governo chinês prometeu assegurar meus direitos constitucionais e minha liberdade e segurança, eu sinto que eles cumprirão seus compromissos porque, acima de tudo, trata-se de um acordo entre dois países", afirmou Chen.

O ativista, que permanece num hospital de Pequim, para onde foi com o objetivo de receber tratamento médico, disse que pediu aos funcionários do hospital que o ajudassem com a papelada para que ele e sua família possam obter os documentos para a viagem.

"Eu confiei ao hospital a tarefa da falar com as pessoas ou departamentos relevantes que eu pedi a eles que cuidassem disso em meu nome, porque eu estou em cima de uma cama e não posso me mover e meus amigos não podem vir me ver. Então o que eu podia fazer? Tive de pedir a eles", disse Chen.

O ativista teve três ossos do pé quebrados durante a fuga de sua vila rural, jornada que incluiu a escalada de paredes e a passagem por campos e uma floresta, enquanto era perseguido por agentes de segurança. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Exército de Israel diz ter matado outro comandante do Hezbollah no Líbano

Missão da SpaceX foi ao resgate de astronautas presos na ISS

Após morte de Nasrallah, Netanyahu afirma que “trabalho ainda não está concluído”

Bombardeio israelense atinge arredores do aeroporto de Beirute