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China pede a cidadãos que avaliem 'os riscos' de estudar nos EUA

Congressistas e autoridades americanas já manifestaram preocupação de que acadêmicos chineses possam ser utilizados como espiões pelo regime comunista

Presidente da China, Xi Jinping fala em meio a guerra comercial com os EUA (Andrea Verdelli/Getty Images)

Presidente da China, Xi Jinping fala em meio a guerra comercial com os EUA (Andrea Verdelli/Getty Images)

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AFP

Publicado em 3 de junho de 2019 às 13h35.

A China fez um apelo nesta segunda-feira (03) a seus cidadãos que avaliem com cuidado os "riscos" de estudar nos Estados Unidos, citando um aumento da rejeição aos vistos e atrasos nos trâmites, em plena guerra comercial com a administração de Donald Trump.

A advertência foi divulgada pouco depois de Washington criticar o que chamou de expansionismo de Pequim na disputada região do Mar da China Meridional. Nos últimos meses, congressistas e autoridades americanas manifestaram preocupação de que estudantes e acadêmicos chineses possam ser utilizados como espiões pelo regime comunista.

 

O ministério da Educação pediu em um comunicado aos estudantes universitários para que sejam "conscientes da necessidade de adotar mais precauções e de fazer todos os preparativos adequados" neste contexto.

A solicitação foi anunciada em um contexto de guerra comercial entre Pequim e Washington e de rejeição crescente nos Estados Unidos à entrada de estudantes e pesquisadores chineses.

Por estes motivos, a China recomendou aos estudantes que avaliem cuidadosamente "os riscos" de seguir para os Estados Unidos.

O ministério chinês da Educação mencionou nesta segunda-feira dificuldades como o aumento do prazo de tramitação dos pedidos, a redução do período de validade e o aumento do índice de rejeição de vistos.

"Isto afeta os chineses que estudam nos Estados Unidos e também os que completaram com sucesso seus estudos", afirma o comunicado publicado no site do ministério.

De janeiro a março, 1.350 chineses solicitaram vistos de estudantes nos Estados Unidos, mas 182 deles não conseguiram viajar como planejava por problemas com os vistos, afirmou Xu Yongji, diretor do departamento de supervisão de intercâmbio acadêmico no ministério, ao canal CCTV.

Atualmente há 360.000 estudantes chineses nos Estados Unidos, de acordo com dados divulgados em março pela agência estatal Xinhua.

Os estudantes chineses contribuíram com 14 bilhões de dólares para a economia dos Estados Unidos em 2017, segundo a agência oficial Xinhua.

No Congresso americano, os republicanos apresentaram em meados de maio um projeto de lei que proibiria a qualquer pessoa vinculada ao exército chinês a obtenção de visto de estudante ou pesquisador, o que provocou críticas da China.

O projeto de lei apresentado no Congresso pede ao governo que estabeleça uma lista de instituições científicas e de engenharia vinculadas ao exército para "proibir que os indivíduos empregados ou patrocinados por estas instituições militares chinesas obtenham um visto".

O jornal New York Times informou em abril que as autoridades americanas já estavam rejeitando o visto de chineses suspeitos de vínculos com os serviços de inteligência de seu país.

O diretor do FBI Christopher Wray afirmou em abril que Pequim utilizou estudantes graduados e pesquisadores no trabalho de espionagem econômica nos Estados Unidos.

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