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China nega espionagem de Snowden para Pequim

Este é o primeiro posicionamento público mais direto do país sobre o caso

Cartazes e guarda-chuvas em uma manifestação de apoio ao delator dos EUA Edward Snowden, em Hong Kong: segundo pesquisa, metade da população da cidade não deseja a extradição (Philippe Lopez/AFP)

Cartazes e guarda-chuvas em uma manifestação de apoio ao delator dos EUA Edward Snowden, em Hong Kong: segundo pesquisa, metade da população da cidade não deseja a extradição (Philippe Lopez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 12h42.

Pequim - O ministério chinês das Relações Exteriores considerou nesta segunda-feira "completamente infundadas" as alegações de que o ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden espionou para a China.

"Penso que é completamente infundado", disse Hua Chunying, a porta-voz do ministério, ao ser questionada sobre as notícias de que Snowden teria sido informante da China antes de viajar para Hong Kong.

O jornal oficial chinês Global Times afirma nesta segunda-feira que a extradição de Snowden aos Estados Unidos seria uma "traição" da confiança depositada pelo ex-consultor na democracia em Hong Kong e uma "perda de prestígio" para Pequim.

Este é o primeiro posicionamento público mais direto do país sobre o caso.

"Extraditar Snowden para os Estados Unidos não apenas seria uma traição da confiança de Snowden, mas também uma decepção das expectativas do mundo inteiro", afirma o jornal em inglês do grupo Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês (PCC).

"Snowden acredita na democracia e na liberdade de Hong Kong", onde está escondido, completa o jornal, para o qual o ex-agente, que revelou os programas americanos de vigilância na internet e de ligações telefônicas, "não provocou danos a ninguém" e se limitou a "alertar sobre a violação dos direitos civis pelo governo americano".


"Seria uma perda de prestígio tanto para o governo de Hong Kong como para o governo central chinês se Snowden fosse extraditado", advertiu o Global Times.

"O crescente poder da China atrai as pessoas que pedem asilo", destaca o jornal, que considera a situação "inevitável e que deve servir para acumular prestígio moral".

O governo chinês pouco se pronunciou desde a explosão do caso.

Segundo uma pesquisa divulgada no domingo, metade da população de Hong Kong não deseja a extradição.

Hong Kong, onde a justiça é independente, se beneficia de uma certa autonomia sob a tutela da China e tem um acordo de extradição com os Estados Unidos, mas Pequim tem direito de veto.

Edward Snowden, refugiado desde 20 de maio em Hong Kong, está sendo investigado pelo FBI, mas até o momento não foi apresentado um pedido oficial de extradição.

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