Dalai Lama: há várias décadas, a China se opõe ao retorno do Dalai Lama (Lobsang Wangyal/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 10h50.
Pequim - Pequim recomendou nesta quarta-feira ao Dalai Lama que abandone as ideias "separatistas", ao invés de pensar em um hipotético retorno a China e, sobretudo, ao Tibete, uma região que o líder espiritual tibetano não visita desde 1959.
"Nossa posição sobre o Dalai Lama é clara e não mudou: ao invés de pensar em um suposto retorno ao Tibete, faria melhor em renunciar a suas declarações e atos separatistas", declarou Hong Lei, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China.
"Isto lhe faria muito bem", completou.
Na semana passada, o Dalai Lama anunciou à AFP que mantinha "contatos informais" com a China para fazer uma histórica peregrinação, depois de mais de meio século de exílio na Índia.
"Nos últimos tempos, alguns funcionários chineses, por exemplo o subsecretário do Partido Comunista na região autônoma do Tibete, também mencionaram a possibilidade de minha visita com uma peregrinação a este local sagrado".
"Ainda não está fechado, ainda não, mas a ideia existe", declarou.
O Dalai Lama manifestou recentemente o desejo de visitar o monte Wutai Shan, que os tibetanos consideram sagrado.
Ao mesmo tempo, o líder espiritual tibetano elogiou as recentes afirmações do presidente chinês Xi Jinping sobre a importância do budismo na sociedade chinesa.
No mês passado, uma mensagem anônima em um site chinês havia destacado em termos positivos o possível retorno ao país, mas foi retirada rapidamente.
As autoridades chinesas acusam o Dalai Lama de lutar pela independência do Tibete, apesar do líder espiritual dos tibetanos se limitar a defender mais "autonomia cultural" para a região.
Há várias décadas, o governo da China se opõe ao retorno do Dalai Lama ao Tibete ou que seja recebido no exterior, em particular por autoridades oficiais.