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China mira incentivos fiscais para manufatura com economia fraca

Passo do governo de Pequim é para fortalecer a economia e incentivar a inovação para enfrentar a concorrência dos EUA

China: plano ainda está sujeito à aprovação e pode sofrer alterações, de acordo com a fonte (rawfile redux/Getty Images)

China: plano ainda está sujeito à aprovação e pode sofrer alterações, de acordo com a fonte (rawfile redux/Getty Images)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 29 de maio de 2023 às 14h36.

A China estuda novos incentivos tributários para fábricas de ponta, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, em um passo do governo de Pequim para fortalecer a economia e incentivar a inovação para enfrentar a concorrência dos EUA.
A política tributária em avaliação poderia economizar centenas de bilhões de yuans aos fabricantes de produtos avançados, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada. O plano ainda está sujeito à aprovação e pode sofrer alterações, de acordo com a fonte.

A retomada econômica pós-Covid da China perde força. Os dados mais recentes mostraram exportações e investimentos mais fracos em geral, frágil recuperação no mercado imobiliário e o desemprego juvenil em uma máxima histórica. As bolsas chinesas perderam terreno, o yuan superou 7 por dólar e os preços das principais commodities, como cobre e minério de ferro, despencaram em meio à reavaliação de investidores para o cenário da segunda maior economia do mundo.

O presidente da China, Xi Jinping, citou um “sistema industrial moderno” como uma das prioridades econômicas do país em uma reunião de alto nível no início deste mês, o que criou expectativas de que o governo chinês possa implementar medidas como subsídios para fabricantes. Uma reunião do Conselho de Estado em maio também discutiu apoio a fábricas de tecnologia avançada da China, que abrangem uma ampla gama de setores, como novos materiais, chips, inteligência artificial e biofarmacêutica.

O Ministério das Finanças não respondeu de imediato a perguntas enviadas por fax em busca de informações.

O governo de Pequim está sob pressão para aumentar o estímulo monetário e fiscal, mas, com uma meta de crescimento relativamente modesta de cerca de 5% este ano, a maioria dos analistas não espera que as autoridades abram as torneiras. Como alternativa, podem optar por medidas mais direcionadas, como incentivos fiscais, para aumentar a confiança dos empresários.

O governo já havia anunciado incentivos fiscais neste ano de 1,8 trilhão de yuans (US$ 255 bilhões), abaixo do recorde de 4,2 trilhões de yuans no ano passado, à medida que a economia se recupera gradualmente. Uma medida para reforçar os incentivos tributários pode indicar uma maior preocupação das autoridades com o cenário econômico.

Os incentivos fiscais planejados para indústrias de ponta também fornecem mais evidências de que o governo chinês prioriza o apoio a um setor fundamental para a segurança da cadeia de suprimentos, principalmente em semicondutores, diante da escalada das tensões com os EUA e seus aliados.

Contexto

No ano passado, o Banco Popular da China forneceu mais de 200 bilhões de yuans em empréstimos para bancos comerciais com o objetivo de incentivar crédito barato para fabricantes e outros setores.

Apesar do auxílio do governo, as receitas e lucros do setor de manufatura foram pressionados por causa da queda na demanda. A atividade fabril encolheu em abril pela primeira vez em quatro meses, enquanto dados deste fim de semana mostraram que os lucros da manufatura caíram 27% nos primeiros quatro meses do ano em relação ao mesmo período de 2022.

No entanto, a capacidade do governo de injetar estímulos fiscais em larga escala é limitada. A receita com a venda de terrenos, uma importante fonte de ingressos para os governos locais, despencou devido à retração no mercado imobiliário, enquanto os riscos das dívidas aumentaram.

A receita tributária da China caiu para 13,8% como parcela do PIB em 2022, frente a 17% em 2018, depois que o governo fez cortes agressivos de impostos em anos anteriores para impulsionar a economia. O ministro das Finanças, Liu Kun, alertou sobre “conflitos pendentes” entre receitas e gastos neste ano.

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