Budismo: os budas falsos "ameaçaram a segurança nacional ao usar dinheiro que colhem em atividades ilegais ou separatistas no Tibete" (Johannes Eisele / AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 07h57.
Pequim - As autoridades religiosas da China lançaram nesta segunda-feira uma base de dados de budas vivos na internet com o objetivo de ter todos registrados, para lutar contra a proliferação de pessoas que se fazem passar por eles para roubar ou, segundo o governo, para realizar "atividades separatistas".
A agência oficial "Xinhua" informou que os internautas poderão consultar os nomes dos budas viventes ("rinpoche" em tibetano) no site do governo regional tibetano (tibete.cn) e a da Administração Estatal de Assuntos Religiosos (sara.gov.cn).
Um primeiro grupo de 870 monges foram incluídos na base de dados. Em breve quem não estiver nesta lista será considerado suspeito de fraude.
Os budas falsos "ameaçaram a segurança nacional ao usar dinheiro que colhem em atividades ilegais ou separatistas no Tibete", destacou recentemente o presidente do comitê de Assuntos Religiosos do Poder Consultivo chinês, Zhu Weiqun.
Também houve casos de falsos budas viventes que cometeram fraudes, inclusive contra algumas celebridades, como o ator Zhang Tielin, que tinha se tornado adepto das doutrinas de um destes trapaceiros.
Na religião tibetana, um buda vivente é uma pessoa que alcançou o máximo grau de perfeição na roda da vida após múltiplas reencarnações, mas que em lugar de vez de ir ao paraíso, ou nirvana, continua em sua forma terrena.
Alguns destes budas viventes se suicidaram ateando fogo em si mesmos em lugares públicos em protesto pela forte repressão que o regime comunista chinês exerce contra o budismo nas regiões de população tibetana.