Xangai: centro financeiro da China hoje tem população de 24,15 milhões de residentes (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Gabriela Ruic
Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 12h35.
Última atualização em 26 de dezembro de 2017 às 12h45.
São Paulo – Xangai é considerada a capital financeira e uma das cidades mais desenvolvidas da China. Com uma população atual estimada em 24,15 milhões de pessoas, elaborou um plano para lidar com o que suas autoridades chamaram de “doenças de cidade grande”: a superpopulação e suas consequências. Para tanto, anunciaram que o número de habitantes será limitado em 25 milhões até 2035.
O anúncio foi feito no início desta semana por autoridades locais e, segundo a agência Reuters, faz parte de um plano de gestão para o período de 2017 até 2035. “Até 2035, o número de residentes em Xangai será controlado em até 25 milhões de pessoas e a porção de terra disponível para novas construções não excederá os 3.200 quilômetros quadrados”, diz o documento.
Segundo o jornal Southern China Morning Post, o objetivo das medidas é o de melhorar o planejamento urbano da megalópole, além da promover uma melhor distribuição dos recursos públicos e tornar a administração local mais eficiente.
Xangai, lembra a publicação, atrai milhões de pessoas todos os anos. Por isso, o plano do governo inclui, ainda, tornar os requisitos para a permissão de habitação ainda mais rígidos. Embora dados oficiais apontem que a população está em 24,15 milhões, autoridades acreditam que o número real seja ainda maior, já que a cidade conta com muitos residentes sem documentação.
Essa não é a primeira vez que autoridades chinesas em âmbito municipal lançam esse tipo de medida. Em setembro, informa o jornal britânico The Guardian, foi a vez de Pequim, capital do país, anunciar a limitação de sua população em 20 milhões de habitantes até 2020.
Além disso, Pequim buscará reduzir em até 15% os habitantes de seus distritos principais. Para tanto, funcionários do governo e suas estatais serão levados para uma nova cidade que está localizada a cerca de 100 quilômetros de distância da capital. Até o momento, no entanto, não há previsão de quando, afinal, esse plano irá se desenrolar.
As grandes cidades da China vêm enfrentando uma série de problemas, que incluem desde a alta estratosférica nos preços dos imóveis, aumentando o temor de que uma bolha estaria prestes a estourar tanto em Pequim quanto em Xangai, até índices preocupantes de poluição. Em 2017, 25,9% dos dias do primeiro semestre em 338 cidades chinesas não registraram uma boa qualidade de ar.