Sede da gigante de mobilidade Didi Chuxing: retirada de lojas de aplicativos após investigação de autoridades chinesas deve atrapalhar expansão da companhia, listada na Bolsa de Nova York na semana passada (Kim Kyung-Hoon / Reuters/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de julho de 2021 às 06h45.
A China anunciou nesta segunda-feira que investigará outras duas empresas do país que têm cotação em Bolsas de valores nos Estados Unidos, um dia depois de proibir o acesso do grupo Didi, gigante do setor de transporte, às lojas de aplicativos.
Há quase um ano, as autoridades iniciaram uma ofensiva regulatória contra as grandes empresas de internet na China para tentar frear sua influência.
As medidas mais recentes afetam duas empresas que acabaram de entrar na Bolsa, Full Truck Alliance - uma fusão das plataformas de transporte Yunmanman e Huochebang - e Kanzhun, proprietária da plataforma de busca de emprego Boss Zhipin.
As três plataformas receberam uma ordem para suspender o registro de novos usuários durante o período de investigação, com o objetivo de "evitar riscos para a segurança dos dados nacionais, salvaguardar a segurança nacional e proteger o interesse público", afirmou a agência que administra o ciberespaço do país.
Poucas horas antes, o organismo de controle havia ordenado a retirada do Didi das lojas de aplicativos por uma investigação similar.
A medida é um revés para os planos de crescimento da empresa, que na semana passada entrou na Bolsa de Nova York e arrecadou mais de 4,4 bilhões de dólares.
Didi, o "Uber chinês", tem quase 500 milhões de clientes e 15 milhões de motoristas.
A agência emitiu a ordem depois que investigações revelaram que a coleta e uso de dados de usuários constituíam uma "violação grave" das leis.
A medida foi elogiada pela imprensa estatal.
"Não devemos permitir que nenhum gigante da internet se transforme em uma superbase de dados com informações pessoais dos chineses, inclusive mais detalhada que a do Estado, muito menos dar às empresas o direito de utilizar os dados como bem entendem", afirmou o jornal Global Times.
No ano passado, as autoridades chinesas suspenderam a entrada na Bolsa do Ant Group, a filial financeira do Alibaba, e depois iniciaram uma investigação antimonopólio sobre a empresa de tecnologia.
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