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China intensifica esforços de resgate após terremoto que deixou 126 mortos no Tibete

Tremor foi de 6.8 graus de magnitude, segundo autoridades chinesas; local atingido fica próximo ao Monte Everest

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 11h27.

Última atualização em 8 de janeiro de 2025 às 11h35.

Equipes de resgate estão trabalhando sem descanso e contra o frio nesta quarta-feira para encontrar sobreviventes depois que um terremoto de 6,8 graus de magnitude atingiu ontem a região do Tibete, no oeste da China, matando 126 pessoas e forçando mais de 30.000 a deixar suas casas.

Mais de 14.000 pessoas estão correndo contra o tempo nas tarefas de resgate e também montando tendas para aqueles que foram realocados para uma área onde as temperaturas devem cair para 17 graus abaixo de zero, segundo informou o jornal “China Daily”.

"Os departamentos pertinentes do governo chinês ativaram a resposta nacional de emergência de nível 2, e o trabalho de socorro está sendo realizado de forma intensa e ordenada", disse hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa.

Segundo Guo, o primeiro lote de suprimentos de socorro já chegou à zona do desastre, onde os serviços de eletricidade e telecomunicações foram restaurados.

"A população local superará este desastre e reconstruirá suas casas", declarou Guo sobre o terremoto, que ocorreu no condado de Tingri, na província de Shigatse, a uma profundidade de 10 quilômetros, de acordo com o Centro de Redes Sismológicas da China.

O sismo causou o desabamento de 3.609 casas, e 407 pessoas foram resgatadas dos escombros, segundo relatou a agência de notícias oficial “Xinhua” na noite de terça-feira.

"Todas as casas desabaram"

A emissora estatal “CCTV” mostrou ontem à noite imagens de sobreviventes e evacuados montando tendas em locais de realocação e reassentamento que estão fornecendo abrigo para os afetados.

As autoridades chinesas enviaram cerca de 22.000 artigos de socorro para a área, incluindo tendas de algodão, casacos de inverno, colchas e camas dobráveis, além de suprimentos especiais de emergência para áreas frias e de alta altitude.

Apesar da baixa densidade populacional, há cerca de 6.900 pessoas vivendo em um raio de 20 quilômetros do epicentro.

A imprensa local informou que Tseyang Lhamo, moradora de uma vila no município de Dramso, no condado de Dingri, disse que as casas de todas as famílias da vila desabaram imediatamente.

"Meu celular recebeu um alerta de terremoto. Acordei minha família e disse para eles correrem rápido", contou a moradora ao “China Daily”.

"Quando o terremoto aconteceu, eu me senti tonta e enjoada, e tive dificuldade para andar. Todas as casas desabaram", acrescentou.

Prevenção de desastres secundários

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu "esforços exaustivos para salvar vidas e minimizar o número de vítimas", ao mesmo tempo em que reforçou a necessidade de "prevenir desastres secundários" e "reassentar adequadamente os moradores afetados".

Na área do desastre está o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, que visitou as vítimas e pediu melhorias na vigilância e no alerta precoce de tremores secundários e nas inspeções de edifícios danificados e potenciais riscos geológicos para evitar ferimentos secundários e mortes, afirmou a “Xinhua”.

Por sua parte, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país alocou urgentemente 100 milhões de yuans (cerca de R$ 82,9 milhões) para ajudar nos esforços de socorro após o desastre.

O condado de Tingri, que tem uma densidade populacional de 4,2 pessoas por quilômetro quadrado, está situado no sopé da cordilheira do Himalaia e tem uma altitude média de 5.000 metros acima do nível do mar, de acordo com informações oficiais do governo local.

O epicentro do terremoto foi localizado a cerca de 85 quilômetros do Monte Everest, localizado na fronteira entre a China e o Nepal, que foi fechado ao público até novo aviso para garantir a segurança de visitantes e funcionários.

O Tibete e outras áreas do oeste da China são frequentemente palco de terremotos, devido à proximidade do ponto de atrito da placa tectônica asiática com a indiana, mas devido à baixa densidade populacional na área, os terremotos geralmente ocorrem em áreas escassamente povoadas.

Ainda assim, em dezembro de 2023, um terremoto de magnitude 6,2 deixou mais de 150 mortos na região vizinha de Qinghai e na província ocidental de Gansu.

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