Planos Quinquenais: presidente Xi Jinping apresentou um relatório de trabalho destacando as diretrizes para o novo plano (Leon Sadiki/Getty Images)
Agência
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 17h19.
A China iniciou nesta segunda-feira, 20, a formulação do 15º Plano Quinquenal (2026–2030) durante a quarta sessão plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim. O encontro, que se estende até esta quinta-feira, 23, marca o início da definição das metas econômicas, sociais e tecnológicas que irão orientar o país nos próximos cinco anos.
O presidente Xi Jinping apresentou um relatório de trabalho destacando as diretrizes para o novo plano para o desenvolvimento econômico e social do país.
Desde 1953, os planos quinquenais funcionam como instrumentos de planejamento centralizado na China, estabelecendo prioridades econômicas e sociais. O processo é coordenado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês), que elabora propostas com base em contribuições de ministérios, especialistas e governos locais. Essas propostas são então submetidas ao Conselho de Estado e ao Congresso Nacional do Povo para aprovação.
Na prática, o plano quinquenal funciona como uma espécie de roteiro de desenvolvimento. Ele não dita cada passo da economia, mas serve de referência para políticas públicas, metas de inovação, programas ambientais e decisões de negócios. O modelo combina planejamento estatal com mecanismos de mercado, o que, segundo analistas, tem permitido à China manter estabilidade mesmo em períodos de crise global.
Embora os temas gerais ainda não estejam definidos, analistas apontam que o governo deve desenvolver planejamento em áreas como o crescimento econômico, tecnologia e inovação, segurança nacional, urbanização, envelhecimento da população, entre outros temas.
O plano também é esperado para priorizar a indústria verde, com foco em setores estratégicos como inteligência artificial, robótica, armazenamento de energia e redução de emissões de carbono. Segundo a NDRC, o próximo período de cinco anos será decisivo para que a China alcance o pico de emissões de carbono até 2030.
Outro ponto em discussão é a reforma do sistema de educação técnica e científica, considerada essencial para atender à demanda por mão de obra qualificada. O governo também sinaliza intenção de ampliar incentivos à produção doméstica de semicondutores e de fortalecer políticas de inovação aberta, com maior cooperação internacional em pesquisa aplicada. O documento final deverá ser divulgado durante as “Duas Sessões” em março de 2026.
Durante o 14º Plano, a China manteve crescimento médio anual de 5,5% entre 2021 e 2024, segundo a mídia chinesa, CGTN, superando a meta oficial de 5%. O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) somou 3,6 trilhões de yuans (US$500 bilhões) em 2024, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE), fortalecendo avanços em tecnologia de ponta e energia limpa.
A capacidade instalada de energia renovável atingiu 2,09 bilhões de kW até maio de 2025, mais que o dobro do nível registrado no fim do 13º Plano (2016–2020). Atualmente, cerca de um terço da eletricidade consumida na China vem de fontes renováveis.
Além disso, a NDRC destacou o rápido crescimento do mercado de veículos de nova energia (NEVs). O número de unidades em circulação chegou a 31,4 milhões em 2024, alta de 4,92 milhões em comparação com o final do ciclo anterior. Esse avanço consolidou a
China como o maior mercado global de veículos elétricos e híbridos, impulsionando cadeias produtivas locais de baterias, semicondutores e materiais críticos.