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China impede recordação das vítimas da Praça Paz Celestial

A polícia chinesa bloqueou nesta terça-feira o acesso a um cemitério onde estão enterradas vítimas da violenta repressão ocorrida em 1989

Policial em civil segue jornalistas na Praça da Paz Celestial
 (Ed Jones/AFP)

Policial em civil segue jornalistas na Praça da Paz Celestial (Ed Jones/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2013 às 09h12.

Pequim - A polícia chinesa bloqueou nesta terça-feira o acesso a um cemitério onde estão enterradas vítimas da violenta repressão do movimento democrático da Praça Tiananmen (Paz Celestial), uma das muitas medidas do governo para evitar a recordação do 24º aniversário dos fatos de 4 de junho de 1989.

Os policiais, mobilizados do lado de fora do cemitério de Wanan, ao oeste de Pequim, bloquearam a entrada principal e pediram aos jornalistas da AFP que deixassem o local.

As famílias dos estudantes mortos pelo exército chinês organizam todos os anos cerimônias no cemitério, eventos vigiados de perto pela polícia.

Quase 25 anos depois do Partido Comunista ter enviado tanques à Praça Tiananmen, no centro de Pequim, para reprimir as manifestações, o regime comunista continua fazendo o possível para evitar a recordação pública dos fatos de 1989.

O tema não é citado na imprensa oficial e as autoridades censuram qualquer alusão nas redes sociais, com o veto para as buscas de termos como "4 de junho" ou "Tiananmen".

As autoridades também vigiam alguns ativistas dos direitos humanos, informou a organização China Human Rights Defenders, com sede em Hong Kong.

Liu Xiaoyuan, advogado e ativista dos direitos humanos, anunciou no Twitter que sua conta em uma rede social chinesa foi neutralizada depois de ter publicado a imagem de uma vela para recordar as vítimas de Tiananmen.

"A polêmica neste país está centrada basicamente em acender ou apagar uma vela", disse o artista dissidente Ai Weiwei.

Centenas, talvez milhares, de jovens morreram na repressão do exército na praça em 4 de junho de 1989, segundo as organizações de defesa dos direitos humanos.

Na época, Pequim, justificou a intervenção militar pela necessidade de conter uma rebelião "contrarrevolucionária".

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