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China expressa oposição a negociações comerciais entre EUA e Taiwan

A China considera Taiwan como uma de suas províncias, embora não controle este território insular de 24 milhões de habitantes

Taiwan: disputa pelo status da ilha vem desde 1949, mas tensões se intensificaram nos últimos anos (Dado Ruvic/Reuters)

Taiwan: disputa pelo status da ilha vem desde 1949, mas tensões se intensificaram nos últimos anos (Dado Ruvic/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de junho de 2022 às 13h14.

Última atualização em 2 de junho de 2022 às 13h23.

A China expressou nesta quinta-feira, 2, oposição veemente às negociações comerciais entre Estados Unidos e Taiwan, ilha autônoma que Pequim considera parte de seu território.

"A China se opõe de modo veemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre qualquer país e Taiwan, incluindo a negociação e assinatura de um acordo econômico e comercial com conotações soberanas e caráter oficial", disse o porta-voz do ministério do Comércio, Gao Feng, a repórteres, um dia após o anúncio do começo das negociações comerciais entre Taiwan e Estados Unidos.

A China considera Taiwan como uma de suas províncias, embora não controle este território insular de 24 milhões de habitantes. A ilha possui seu próprio governo, moeda e Exército, mas nunca declarou formalmente sua independência.

Se isso acontecer, a China ameaça recorrer à força. E atualmente se opõe a qualquer contato oficial entre Taiwan e outros países. Mas Washington e Taipé desafiaram Pequim na quarta-feira ao iniciar negociações comerciais. O anúncio aconteceu dois dias depois que 30 aviões chineses entraram na zona de defesa aérea de Taiwan.

Além disso, em 23 de maio, durante uma viagem pela Ásia, o presidente americano, Joe Biden, anunciou uma nova associação econômica Ásia-Pacífico. E na semana passada, Washington e Taipé anunciaram que desejavam reforçar suas relações comerciais.

Estados Unidos e Taiwan estão vinculados desde 1994 por um "marco" de comércio e investimentos.
Nesta quinta, o porta-voz chinês pediu que os Estados Unidos "se abstenham de enviar um sinal errôneo aos separatistas" que desejam a independência da ilha.

A vice-representante de Comércio dos EUA, Sarah Bianchi, e o ministro de Taiwan, John Deng, se encontraram virtualmente na quarta-feira.

Segundo Deng, as discussões "abririam mais possibilidades de cooperação econômica".
"Podemos dizer que é um avanço histórico", acrescentou nesta quinta-feira durante uma entrevista coletiva em Taipei.

Uma primeira reunião está prevista "para este mês em Washington e sob os auspícios do Tecro", o escritório de representação econômica e cultural de Taipei nos Estados Unidos, e do Instituto Americano de Taiwan.

Na ausência de relações diplomáticas formais, o Tecro representa os interesses de Taiwan nos Estados Unidos e funciona como uma embaixada de fato.

O governo dos Estados Unidos não reconhece Taiwan de maneira oficial, como a maioria dos países. Mas Washington apoia fortemente o status "democrático".

Taipé também aderiu à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2002, o que contribuiu para o crescimento do comércio bilateral.

Os Estados Unidos são o maior parceiro e fornecedor de armas de Taiwan. O próximo passo na relação econômica seria um acordo comercial formal, jamais concretizado devido ao complexo contexto político.

Desde o fim da guerra civil na China em 1949, Taiwan é governada por um regime que se opõe ao executivo comunista.

Como governos anteriores, o presidente chinês, Xi Jinping, quer "reunificar" Taiwan com "a pátria" e não exclui o uso da força para conseguir isso.

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