Bandeira da China: ilha é parte do arquipélago de Paracelso, sob domínio chinês há mais de 40 anos (Barry Huang/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2016 às 09h52.
Taipe/Washington - A China instalou um sistema avançado de mísseis terra-ar em uma das ilhas que controla no Mar do Sul da China que são disputadas por outros países, disseram autoridades de Taiwan e dos Estados Unidos, ampliando as tensões na região, apesar de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter feito um apelo por moderação.
O porta-voz do Ministério da Defesa de Taiwan, general David Lo, afirmou à Reuters nesta quarta-feira que as baterias de mísseis foram colocadas em Woody Island. A ilha é parte do arquipélago de Paracelso, sob domínio chinês há mais de 40 anos, mas também reclamado por Taiwan e Vietnã.
Uma autoridade de Defesa dos EUA também confirmou a "aparente mobilização" dos mísseis, relatada primeiramente pela rede de televisão Fox News.
O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que os relatos de "certas mídias ocidentais" deveriam se concentrar mais na construção chinesa de faróis para melhorar a segurança do tráfego de navios na área.
"Quanto às limitadas e necessárias instalações de autodefesa que a China construiu nas ilhas e recifes nos quais temos pessoas trabalhando, isso é consistente com o direito de autoproteção do qual a China usufrui conforme a lei internacional, por isso não deveriam ser questionadas", disse Wang Yi a repórteres em Pequim.
Já o Ministério da Defesa chinês informou à Reuters em um comunicado que as instalações de defesa em "ilhas e recifes relevantes" estão nestes locais há anos, acrescentando que os relatos mais recentes sobre o deslocamento de mísseis não são nada mais que "falatório".
Pequim reclama a posse da maior parte do Mar do Sul da China, pelo qual mais de 5 trilhões de dólares em comércio global passam todos os anos, e vem construindo pistas de pouso e decolagem, entre outras modalidades de infraestrutura, em ilhas artificiais para fortalecer sua postura.
Os EUA disseram que continuarão realizando "patrulhamento para a liberdade de navegação" com embarcações e aeronaves para garantir a passagem desimpedida pela região, onde Vietnã, Malásia, Brunei, Filipinas e Taiwan também afirmam ter direito a terras.