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China e Rússia iniciam a construção de gasoduto na Sibéria

O gasoduto, chamado "A Força da Sibéria", unirá campos de gás siberianos com a cidade oriental portuária russa de Vladivostok, cobrindo quase 4 mil quilômetros


	Gasoduto: acordo foi interpretado como urgência de Moscou em buscar novos compradores de gás após as sanções impostas por parte da UE e dos EUA
 (Getty Images)

Gasoduto: acordo foi interpretado como urgência de Moscou em buscar novos compradores de gás após as sanções impostas por parte da UE e dos EUA (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 08h30.

Pequim - China e Rússia inauguraram a construção de um gasoduto ao leste da Sibéria, parte do acordo que os países assinaram em maio, no qual ficou definido que a Rússia fornecerá à potência asiática até 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente a partir de 2018 e nos 30 anos seguintes.

O vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli, viajou no domingo para Yakutsk (capital da República de Saja, na Sibéria oriental) para assistir à cerimônia de inauguração da construção na parte russa.

O gasoduto oriental, chamado "A Força da Sibéria", unirá os campos de gás siberianos de Kovytikin e Chayandin com a cidade oriental portuária russa de Vladivostok, cobrindo uma distância de quase quatro mil quilômetros até chegar ao nordeste da China.

Estima-se que o investimento total do projeto superará os US$ 5 bilhões, segundo a agência "Xinhua", que acrescentou que a presença de Zhang "reflete a importância que o governo chinês dá a cooperação estratégica com a Rússia e seu desejo de expandi-la para mais áreas e maiores níveis".

O acordo, assinado entre o consórcio russo Gazprom e a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) por US$ 400 bilhões no final de maio, foi um passo histórico após uma década de negociações entre os dois países.

Selado durante uma visita do presidente russo, Vladimir Putin, a Xangai, o fim das negociações foi interpretado como um sinal da urgência de Moscou em buscar novos compradores de gás após as sanções impostas por parte da União Europeia (UE) e dos EUA pela sua interferência na situação da Ucrânia.

A provisão significará uma mudança importante para as províncias do nordeste da China, as principais beneficiadas do acordo, segundo os especialistas, já que o gás será transportado pela mesma rota geográfica pela qual Moscou exporta petróleo para a região.

O vice-primeiro-ministro chinês ressaltou, publicou a "Xinhua", que o gasoduto é uma prova de que "as relações sino-russas chegaram a um novo nível". No sábado ele presidiu o 11º encontro da Comissão de Cooperação de Energia China-Rússia com o vice-primeiro -ministro russo, Arkady Dvorkovich. 

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