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China e Rússia boicotam reunião na ONU sobre Venezuela

O governo venezuelano tenta renegociar com a China uma dívida de 28 bilhões de dólares, e firmará esta semana com a Rússia um acordo de reestruturação

Maduro: o embaixador de Caracas "denunciou um ato hostil dos Estados Unidos" (Marcp Bello/Reuters)

Maduro: o embaixador de Caracas "denunciou um ato hostil dos Estados Unidos" (Marcp Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de novembro de 2017 às 22h12.

China, Rússia, Bolívia e Egito boicotaram nesta segunda-feira a reunião informal do Conselho de Segurança da ONU sobre a Venezuela, que os Estados Unidos qualificam de ameaça ao mundo.

"A situação na Venezuela é mais uma tragédia humana e representa uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais", disse a embaixadora americana Nikki Haley na reunião.

"A Venezuela é um Estado narco cada vez mais violento e que ameaça a região, o hemisfério e o mundo".

Após os protestos contra o governo de Nicolás Maduro, que no início do ano deixaram mais de 100 mortos, a Venezuela atravessa uma severa crise política, econômica e social, com crescente escassez de alimentos e medicamentos.

À beira do calote, o governo venezuelano tenta renegociar com a China uma dívida de 28 bilhões de dólares, e firmará esta semana com a Rússia um acordo de reestruturação de 3 bilhões de um débito de 8 bilhões de dólares.

Haley disse que foi pressionada por países latino-americanos para não realizar a reunião e não escondeu sua decepção com vários Estados que "cederam à pressão venezuelana" e não compareceram ao encontro.

"A meta não é denegrir ninguém. Isto não é para humilhar a região e sim para levantá-la".

Não se apresentaram para a reunião os representantes de Rússia e China - membros permanentes do Conselho - e de Bolívia e Egito, entre outros.

"Não acreditamos que o Conselho de Segurança deva se envolver neste tema no momento", disse à imprensa o embaixador russo Vassily Nebenzia. "Isto é uma ingerência nos assuntos internos da Venezuela".

O embaixador de Caracas, Rafael Ramírez, "denunciou um ato hostil dos Estados Unidos, que sob todas as luzes é um ato de ingerência".

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