Mundo

China e França assinam acordos comerciais de US$ 20 bi

Presidente Hu Jintao anunciou que a China apoiava a França "em seus esforços" de país presidente do G20

Primeira beneficiária dos gordos contratos, Airbus assinou ou confirmou acordos com companhias chinesas para a entrega de 102 aviões (Getty Images)

Primeira beneficiária dos gordos contratos, Airbus assinou ou confirmou acordos com companhias chinesas para a entrega de 102 aviões (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 21h35.

Paris - A China assinou uma série de acordos, nesta quinta-feira, com empresas francesas tais como Areva, Total e Airbus, totalizando pelo menos 20 bilhões de dólares, e espera dobrar as trocas comerciais entre os dois países no prazo de cinco anos, disseram ministros chineses.

O presidente Hu Jintao anunciou que a China apoiava a França "em seus esforços" de país presidente do G20, a partir de 12 de novembro, durante um brinde no jantar que lhe foi oferecido, no Palácio do Eliseu.

Tapete vermelho e honras militares, o protocolo não omitiu nenhum detalhe para fazer da segunda visita de Estado do número um chinês à França um grande sucesso, apagando o desentendimento de 2008 quando da passagem da chama olímpica dos Jogos de Pequim por Paris e do encontro entre Nicolas Sarkozy e o Dalai Lama, chefe espiritual dos tibetanos no exílio.

Primeira beneficiária dos gordos contratos, a empresa europeia Airbus assinou ou confirmou acordos com companhias chinesas para a entrega de 102 aviões (50 do tipo A320, 42 do tipo A330 e 10 novos A350) por 14 bilhões de dólares.

A Areva assinou por sua vez um contrato para o fornecimento, em dez anos, de 20.000 toneladas de urânio natural ou enriquecido ao grupo de eletricidade chinês CGNPC, por 3,5 bilhões de dólares (2,5 bilhões de euros).

A presidente do grupo nuclear, Anne Lauvergeon, firmou um acordo com a companhia chinesa de CNCC que poderá concluir na construção de uma usina de tratamento de dejetos nucleares semelhante à de La Hague (oeste da França).

A Total anunciou a intenção de aplicar, junto com o grupo China Power Investment corporation (CPI), 2 a 3 bilhões de euros numa usina petroquímica de transformação do carvão na China.

O montante atual do comércio anual com a França é atualmente de 40 bilhões de dólares.

Apesar de o protocolo ter tomado o cuidado de não prever uma entrevista à imprensa, a questão polêmica dos direitos humanos na China foi brevemente evocada.

No entanto, centenas de manifestantes foram às ruas para protestar contra a visita.

A questão do G20 estará no centro do segundo dia da visita, nesta sexta-feira, em Nice (sudeste), que Hu Jintao deseja conhecer.

A China, que se recusa a anunciar um calendário de valorização de sua moeda, o iuane, apoiou, no entanto, numa declaração comum, divulgada nesta quinta-feira, sobre a necessidade de "refundar (...) o sistema financeiro internacional com bases mais sadias e mais sólidas".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércioComércio exteriorEuropaFrançaPaíses ricos

Mais de Mundo

Trump diz que helicóptero que bateu em avião estava voando 'muito acima' da rota prevista

Egito confirma que reabriu passagem de Rafah para transferir feridos de Gaza

Kremlin nega planos do Brics de criar alternativa ao dólar após declarações de Trump