Conselho de Segurança da ONU: China é reticente a movimentos separatistas, pela existência de movimentos independentistas também dentro do país, mas por outro é aliada da Rússia (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2014 às 09h37.
Pequim - O governo da China, que se absteve na votação do Conselho de Segurança da ONU contra o referendo que acontece neste domingo na Crimeia, garantiu que a aprovação de uma resolução nesse sentido 'só traria trazido confronto e maiores complicações ao conflito'.
'A China não está de acordo em tomar uma medida de confronto', acrescentou em comunicado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Qin Gang, que pediu como alternativa a adoção de soluções políticas.
O regime comunista, que tem direito a veto por ser membro permanente do Conselho de Segurança, não exerceu este direito na votação de ontem, que pretendia declarar inválido o referendo na região ucraniana da Crimeia e pedia o seu não reconhecimento internacional.
A China foi um dos países que enviou observadores à consulta popular, vai 'respeitar sempre a soberania e a integridade territorial da Ucrânia', embora Pequim 'tenha levado em consideração as complexas causas atuais da situação na Ucrânia', destacou Qin.
Com essas palavras, o porta-voz mostrou a posição ambígua da China ao conflito, já que por um lado o gigante asiático é reticente a qualquer movimento separatista, pela existência de movimentos independentistas também dentro de seu território, mas por outro é tradicional aliado da Rússia em questões internacionais nos anos recentes, incluindo os conflitos de Líbia e Síria.
'No contexto atual, pedimos a todas as partes que permaneçam calmas e se contenham para evitar uma escalada das tensões', assinalou a fonte oficial chinesa, acrescentando que o regime comunista continua disposto a mediar uma hipotética solução política.
Diante da abstenção da China, a Rússia vetou ontem a resolução e os outros 13 países do Conselho de Segurança votaram a favor do texto, apresentado pelos Estados Unidos e respaldado por toda a União Europeia e outros países como Japão e Turquia.
A república separatista da Crimeia abriu hoje os colégios eleitorais para realizar o referendo no qual seus habitantes optarão entre a reunificação com a Rússia ou a ampla autonomia no seio da Ucrânia. EFE