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China diz não saber se advogado indicado ao Nobel está vivo

Entidades de defesa dos direitos humanos dizem que Chen Guangcheng pode ter sido morto pela repressão do governo

Chen Guangcheng está em prisão domiciliar (Andrew Bardwell/Wikimedia Commons)

Chen Guangcheng está em prisão domiciliar (Andrew Bardwell/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 13h28.

Pequim - O Governo chinês afirmou desconhecer as atuais condições de saúde do advogado Chen Guangcheng, candidato ao Prêmio Nobel da Paz em várias edições, depois que grupos de direitos humanos informaram que o profissional poderia estar morto devido as intensas repressões da censura.

Ao ser perguntado nesta segunda-feira sobre a morte dele, desde julho não há notícias concretas a seu respeito, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hong Lei não soube dar uma resposta precisa, afirmando que necessita de mais informações sobre Guangcheng, que também sofre de cegueira.

Nos últimos dias, a ONG 'China Aid Association' revelou detalhes de uma brutal surra que Guangcheng e sua esposa, Iuane Weijing, teriam sofrido em sua residência, onde o advogado cumpre prisão domiciliar. Segundo a ONG, a agressão é um novo episódio da 'horrenda perseguição sofrida por Chen Guangcheng'.

Esta seria a segunda agressão contra o advogado desde que saiu da prisão e passou a cumprir pena domiciliar, em setembro de 2010. Em 2005, Guangcheng foi sentenciado a quatro anos e três meses de prisão por denunciar uma série de abortos forçados pelas autoridades de planejamento familiar na localidade de Shandong, leste da China.

Conforme a 'China Aid Association', no último 28 de julho, o prefeito de Shuanghou, Zhang Jian, foi até a casa do advogado para coordenar uma série de torturas contra ele e sua esposa.

Jornalistas e ativistas que tentaram visitá-lo foram expulsos pelas forças de segurança sem confirmar o estado de saúde de Guangcheng. Assim, os grupos humanitários questionam se o advogado segue vivo ou não.

Um centro de pesquisa da Universidade de Hong Kong revela que a censura do regime impede que os trabalhos de Guangcheng possam ser divulgados por meio da internet chinesa, onde estão bloqueadas as buscas referentes ao nome de 'Chen Guangcheng'.

Para evitar a censura, os seguidores da campanha para libertar o advogado estão fazendo fotografias com óculos escuros similares aos usados por ele. A ideia é chamar atenção para o caso.

Jerome A. Cohen, professor de Direito chinês na Universidade de Nova York, publicou na última semana uma coluna na imprensa de Hong Kong que lembra a crescente campanha a favor da liberdade de Guangcheng, considerando que esta atitude lança muitas dúvidas sobre as chamadas 'reformas legais' na China.

Cohen argumenta como as autoridades chinesas continuarão silenciando Guangcheng: 'Em breve ele completará 40 anos, destacando a mesma vontade e carisma de Gandhi'.

Em relação ao sumiço do advogado, Cohen opina que a morte 'em uma prisão teria sido muito mais embaraçosa para as autoridades justificarem. Mas, se esta ocorresse na residência poderia ser relacionada com um acidente'. 

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