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China desinfeta e destrói dinheiro para conter avanço do coronavírus

Notas serão submetidas a luz ultravioleta e altas temperaturas, além de armazenadas até 14 dias antes de liberadas a clientes

Coronavírus: banco central chinês anunciou novas medidas para tentar conter a propagação do vírus (Barcroft Media / Colaborador/Getty Images)

Coronavírus: banco central chinês anunciou novas medidas para tentar conter a propagação do vírus (Barcroft Media / Colaborador/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 11h27.

Hong Kong - Enquanto a epidemia de coronavírus continua atingindo a China, o Banco Popular da China implementou uma nova estratégia para conter o vírus - limpeza profunda e destruição de notas de yuan potencialmente infectadas.

As novas medidas, anunciadas pelo banco central chinês no sábado, visam a conter a propagação do vírus, oficialmente conhecido como Covid-19.

Ainda há muitos pontos desconhecidos sobre o vírus, que já infectou mais de 71 mil pessoas em todo o mundo e matou 1.775, a maioria na China - mas parece sobreviver por pelo menos várias horas nas superfícies, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Justamente por este motivo é que edifícios nas áreas afetadas desinfetam regularmente botões de elevador, maçanetas de portas e outras superfícies comumente tocadas.

Pela mesma razão, o governo chinês resolveu desinfetar as notas, que apesar de serem cada vez menos usadas no país, ainda passam de mão a mão várias vezes por dia.

De acordo com a CNN, todos os bancos chineses agora precisam literalmente lavar seu dinheiro, desinfetá-lo com luz ultravioleta e altas temperaturas e armazená-lo por sete a 14 dias antes de liberá-lo para os clientes.

O dinheiro proveniente de áreas de infecção de alto risco, como hospitais e mercados, será "especialmente tratado" e devolvido ao banco central ao invés de recircular.

Já na agência do banco central de Guangzhou, as notas de alto risco podem ser destruídas em vez de apenas desinfetadas, de acordo com o tabloide estatal Global Times.

Emissão de novas notas

Para compensar o recolhimento das notas, o banco emitirá grandes quantidades de dinheiro novo e não infectado. Em janeiro, o banco enviou 4 bilhões de yuans (cerca de US$ 573,5 milhões) em novas notas a Wuhan, a cidade chinesa epicentro do coronavírus, disse o comunicado de imprensa do governo.

Outras medidas incluem a suspensão de transferências físicas de dinheiro entre as províncias mais afetadas, para limitar a possibilidade de transmissão do vírus durante o trânsito do dinheiro.

Não está claro como o dinheiro pode realmente ser "infectado", já que o vírus provavelmente morre após algumas horas nas superfícies, especialmente se tiver sido morto com desinfetante. E a maioria das pessoas nos centros urbanos não usa dinheiro de qualquer maneira - os aplicativos de pagamento móvel são largamente utilizados. onipresentes.

Estudos anteriores mostram como o dinheiro é sujo: cada nota, passada de pessoa para pessoa, mostra um pouco do ambiente de onde ela vem. A lista de coisas encontradas nas notas inclui o DNA de animais de estimação, traços de drogas,  bactérias e vírus, de acordo com um estudo realizado há cerca de três anos em Nova York.

No entanto, nada prova que o dinheiro represente um risco para a saúde: a transmissão de doenças ligada ao dinheiro é rara e nenhum grande surto de doenças foi iniciado em caixas eletrônicos, por exemplo. Mas com novos casos sendo relatados todos os dias na China, as autoridades do país não se arriscam.

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