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China desativa aplicativo de controle de rastreamento da covid

Em contrapartida, o ministério da Saúde informou que o país registrou 8.626 novos casos em 24 horas; entenda

A QR code for Covid-19 contact tracing displayed at the entrance to a subway station in Shanghai, China, on Monday, Dec. 5, 2022. Government officials over the past week signaled a transition away from the harshest Covid containment measures, which have weighed on the economy and prompted thousands of demonstrators to take to the streets to voice their anger. Photographer: Qilai Shen/Bloomberg (Qilai Shen/Bloomberg)

A QR code for Covid-19 contact tracing displayed at the entrance to a subway station in Shanghai, China, on Monday, Dec. 5, 2022. Government officials over the past week signaled a transition away from the harshest Covid containment measures, which have weighed on the economy and prompted thousands of demonstrators to take to the streets to voice their anger. Photographer: Qilai Shen/Bloomberg (Qilai Shen/Bloomberg)

A

AFP

Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 07h24.

A China anunciou nesta segunda-feira (12) que vai desativar o principal aplicativo de controle de deslocamentos em sua política contra a covid, que era utilizado para verificar se as pessoas haviam transitado por uma área afetada pelo coronavírus.

O anúncio coincide com o aumento do número de casos em uma escala difícil de avaliar porque os exames PCR deixaram de ser obrigatórios e as pessoas geralmente não informam se o autoteste apresenta resultado positivo.

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O aplicativo, conhecido como "Cartão de Itinerário", controlava os deslocamentos do cidadão a partir dos dados do smartphone e mostrava as cidades visitadas nos últimos sete dias. Com base nas informações, a pessoa poderia entrar ou não em um hotel, prédio ou centro comercial.

Se o local não era classificado como de "alto risco" (ou seja, com um número elevado de casos), o app mostrava um sinal verde, o que permitia a entrada do usuário.

O aplicativo, vinculado ao governo central, será desativado a partir de meia-noite de terça-feira, após mais de dois anos e meio em operação, segundo um comunicado oficial.

A decisão foi tomada depois que a China anunciou, na quarta-feira passada, uma flexibilização drástica das restrições, uma grande mudança na política de "covid zero" adotada desde o início da pandemia.

O governo anunciou o fim dos confinamentos em larga escala e da internação sistemática de pessoas contaminadas em centros de quarentena.

O ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que o país registrou 8.626 novos casos positivos em 24 horas.

O número representa uma queda considerável em comparação com os últimos dias, mas não reflete a realidade da onda epidêmica.

Uma das figuras mais respeitadas da China na luta contra a covid-19, o especialista em doenças respiratórias Zhong Nanshan, afirmou no domingo a que a variante ômicron se "propaga rapidamente" pelo país.

"O fim de uma era"

Até a semana passada, a maioria dos chineses não conhecia ninguém que tivesse testado positivo para covid. Mas nos últimos dias, o cenário mudou de forma repentina, especialmente em Pequim.

Junto ao "Cartão de Itinerário, de alcance nacional e que já era utilizado antes da pandemia para controlar as viagens entre províncias, o país tem aplicativos locais que seguem em operação e são utilizados diariamente para permitir o acesso a restaurantes e lojas".

"Adeus, isto representa o fim de uma era", escreveu uma pessoa na rede social chinesa Weibo.

"O próximo passo é acabar com todos os aplicativos locais", afirmou outra.

Muitos questionaram o que acontecerá com a grande quantidade de dados compilados pelo aplicativo. "Espero que existam formas e maneiras de deslogar e apagar tudo", destacou um internauta.

O aplicativo, lançado no início de 2020, usava dados de três operadoras de telefonia móvel e não foi divulgado se as informações serão armazenadas ou continuarão sendo compiladas.

"O aplicativo pode desaparecer, mas os dados permanecem lá", afirmou a analista Kendra Schaefer, especialista da empresa Trivium China, com sede em Pequim.

"O governo ganha mais do que perde ao desativar o aplicativo porque o custo de manutenção de um sistema do tipo deve ser enorme", acrescentou no Twitter.

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