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China deixa "letra patriótica" na superfície da Lua

A China já tinha colocado em 2019 uma nave espacial na face oculta da Lua, mas não recolheu nenhuma amostra

Letra na superfície lunar foi o assunto foi um dos mais comentados na mídia social chinesa (Reprodução)

Letra na superfície lunar foi o assunto foi um dos mais comentados na mídia social chinesa (Reprodução)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 4 de junho de 2024 às 09h04.

A espaçonave chinesa Chang'e-6, que fez história ao pousar no chamado lado oculto da Lua (que nunca está voltado para a Terra), começou nesta terça-feira sua viagem de volta para o nosso planeta - deve chegar por aqui em 25 de junho.

A missão, que coletou amostras de rochas, deixou uma marca na superfície lunar que se assemelha à letra chinesa "Zhong", segundo informações da mídia estatal daquele país. Zhong é a primeira parte de Zhongguo, o nome em língua chinesa para a China. "Há uma letra chinesa na parte de trás da Lua", postou a emissora CCTV no Weibo, a popular rede social chinesa.

O assunto foi um dos mais comentados na mídia social chinesa nesta terça. "A primeira letra humana apareceu na Lua: é o 'Zhong' em Zhongguo", escreveu um fã.

A China não é o primeiro país a deixar sua marca na superfície lunar. Durante suas viagens à Lua no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, os astronautas americanos deixaram de tudo, de equipamentos e lixo a bandeiras americanas e uma foto da família do astronauta Charles Duke.

Alan Shepard, o primeiro americano no espaço quando voou em uma espaçonave Mercury em 1961, deu duas tacadas de golfe durante a missão Apollo 14 em 1971.

Os cientistas afirmam que a face oculta da Lua tem grande potencial para a ciência porque suas crateras estão menos cobertas pelos antigos fluxos de lava da face visível. O material recolhido da face oculta pode oferecer informação sobre como a Lua se formou.

Ambição espacial

A China já tinha colocado em 2019 uma nave espacial na face oculta da Lua, mas não recolheu nenhuma amostra.

Sob o comando do presidente Xi Jinping, o país tem dedicado um esforço considerável a seu "sonho espacial".

Pequim investiu uma infinidade de recursos em seu programa espacial na última década, visando uma série de iniciativas ambiciosas voltadas a reduzir a defasagem em relação às duas potências espaciais tradicionais: Estados Unidos e Rússia.

E o país asiático vem obtendo vários feitos notáveis, incluindo a construção da estação espacial Tiangong, ou "Palácio Celestial". A China também enviou sondas robóticas para Marte e Lua, e se tornou o terceiro país no mundo a colocar humanos em órbita.

Os Estados Unidos advertem que o programa espacial chinês vem sendo utilizado para ocultar objetivos militares e um esforço para alcançar o domínio do espaço.

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