Jovem de minoria muçulmana uigure experimenta adereço tradicional em comércio de Xinjiang, na China (Kevin Frayer/Getty Images)
AFP
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 10h57.
Denunciar um jovem com barba que represente sinal de extremismo islâmico pode valer 2.000 yuanes (290 dólares) de recompensa em Xinjiang, região noroeste da China e cenário de tensão entre os hans chineses e os uigures muçulmanos.
As autoridades da localidade de Hotan, que registrou um episódio de violência política recentemente, criaram um fundo de 100 milhões de yuanes (14,4 milhões de dólares) para financiar recompensas "antiterroristas", informa a imprensa local.
As recompensas podem alcançar 5 milhões de yuanes pela revelação de um plano de atentado ou para qualquer um que "ataque, mate, provoque ferimentos ou controle os criadores de distúrbios", afirma um jornal de Hotan.
"Denunciar extremistas que se escondem na religião para perturbar o funcionamento dos mecanismos judiciais administrativos, educativos ou de outra índole, ou para atentar contra as leis do país, poderá ser recompensado com um milhão de yuanes".
Denunciar um homem de barba ou uma mulher totalmente coberta pode render 2.000 yuanes ao informante, segundo o jornal.
Na terça-feira, as autoridades de Pishan, localidade que tem sua administração vinculada a Hotan, pagaram 1,76 milhão de yuanes a policiais e funcionários das equipes de resgate que atuaram na semana passada quando criminosos mataram, a facadas, cinco pessoas em meio a uma multidão, antes que três agressores fossem abatidos pelas forças de segurança, de acordo com o relato do incidente da imprensa estatal.
Xinjiang, que ocupa todo o noroeste da China, tem como etnia majoritária os uigures, população muçulmana de língua turca que acusa Pequim de repressão cultural e religiosa. O regime chinês acusa os separatistas uigures de terrorismo.