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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Pequim - O governo da China contestou a afirmação da Agência Internacional de Energia (AIE) de que o país superou os EUA como o maior consumidor de energia do mundo no ano passado.
"Pelos nossos cálculos, os EUA ainda eram o maior consumidor de energia do mundo em 2009", disse Zeng Yachuan, porta-voz da Administração Nacional de Energia da China. Zhou Xi'an, um diretor do órgão, disse que "os dados da AIE podem ser usados como uma referência, mas não são muito confiáveis".
A AIE afirmou que no ano passada a China utilizou o equivalente a 2,252 bilhões de toneladas de petróleo, uma medida de energia que inclui o petróleo, gás, carvão, urânio e todas as outras fontes. Esse número é cerca de 4% maior do que a quantidade utilizada pelos EUA, que segundo a AIE queimaram o equivalente a 2,17 bilhões de toneladas de petróleo. Em uma base per capita, a demanda por energia na China ainda está em torno de um terço da média dos países industrializados, segundo os dados da AIE.
A agência rapidamente defendeu sua análise. "Todas as fontes relevantes de dados indicam que a China superou os EUA e se tornou o maior consumidor de energia do mundo", disse a economista-chefe da AIE, Fatih Birol.
As divergências entre a China e a AIE (que tem sede em Paris) vêm de longa data. As previsões do grupo, que são atentamente acompanhadas pelo mercado, se baseiam em dados extensivos sobre demanda de petróleo, armazenamento e exportações, fornecidos pelos países membros, entre eles os EUA. Mas a agência tem reclamado repetidamente que a China, que não faz parte do grupo, fornece dados inadequados ou que não são claros e diz que essa falta de transparência contribui para a volatilidade nos mercados internacionais de petróleo, à medida que os corretores tentam prever as compras chinesas.
Pequim, por sua vez, diz que a AIE não entende o setor de energia na China e subestima os esforços chineses para aumentar a eficiência, com o uso crescente de fontes renováveis como energia eólica, solar, hidráulica e nuclear. As informações são da Dow Jones.