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EUA: China avalia ajudar Rússia com armas, país asiático nega acusação

Isolada em razão de sanções impostas pelo Ocidente depois da invasão da Ucrânia, que está prestes a completar um ano, a Rússia tem recorrido cada vez mais a aliados

China: Até agora, os EUA identificaram que Pequim só forneceu ajuda não militar aos russos (Alexandr Demyanchuk / SPUTNIK / AFP/Getty Images)

China: Até agora, os EUA identificaram que Pequim só forneceu ajuda não militar aos russos (Alexandr Demyanchuk / SPUTNIK / AFP/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 20 de fevereiro de 2023 às 10h49.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2023 às 12h00.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos acreditam que a China avalia fornecer armas à Rússia para ajudá-la na guerra na Ucrânia. Segundo ele, a ação causaria problemas sérios para as relações já tensas com Washington, que se agravaram nos últimos dias com o episódio do balão espião.

Até agora, os EUA identificaram que Pequim só forneceu ajuda não militar aos russos. "Com base nas informações que temos, (acreditamos) que eles estão considerando fornecer apoio letal", disse Blinken à CBS News, em uma entrevista que foi ao ar ontem.

Mas Blinken não deu detalhes sobre que tipo de auxílio de guerra poderia ser oferecido pela China. Isolada em razão de sanções impostas pelo Ocidente depois da invasão da Ucrânia, que está prestes a completar um ano, a Rússia tem recorrido cada vez mais a aliados - como China, Irã e Coreia do Norte - para obter suprimentos militares.

No sábado, Blinken se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, em uma conferência anual de segurança em Munique. Foi o primeiro encontro diplomático entre os dois lados desde que um balão espião chinês foi encontrado sobrevoando os Estados Unidos, o que causou uma nova crise nas relações bilaterais.

Relatório da reunião divulgado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua não mencionou a Rússia ou a Ucrânia.

Alertas

Falando também à emissora ABC, Blinken enfatizou que o presidente Joe Biden havia alertado seu homólogo chinês, Xi Jinping, já em março passado a não enviar armas para a Rússia. De acordo com uma fonte do governo dos EUA a par do assunto, desde então, a China havia tomado cuidado "de não cruzar essa linha, atrasando até mesmo a venda de sistemas de armas letais para uso no campo de batalha".

Até então, pelo menos publicamente, os americanos não consideravam que a China estaria se preparando para ir além do apoio retórico, político e diplomático à Rússia na guerra na Ucrânia.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, durante o encontro em Munique, o secretário americano fez alertas claros ao chinês sobre as consequências para a China se for descoberto que o país estaria fornecendo apoio material bélico ou ajudando a Rússia a burlar as sanções ocidentais.

A guerra na Ucrânia foi tema dominante na conferência de Munique com autoridades ocidentais reforçando que vão continuar a apoiar Kiev. A declaração de Blinken logo após o encontro com Wang Yi torna público mais um ponto de atrito na já deteriorada relação entre EUA e China.

Já a China transmitiu uma mensagem calibrada na conferência. Wang Yi disse que "guerras nucleares não devem ser travadas", um sinal para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como as autoridades russas já ameaçaram.

Apoio à Ucrânia

O diplomata Josep Borrell Fontelles, chefe de política externa da União Europeia (UE), criticou os atrasos no envio de armas e munição à Ucrânia e disse que os países ocidentais devem aumentar rapidamente seu apoio militar a Kiev em um cenário em que a guerra entra, segundo ele, em um "momento crítico". "Precisa haver menos aplausos e melhor suprimento de armas", disse Borrell. "Muito mais precisa ser feito e muito mais rápido."

Com a Rússia intensificando sua ofensiva no leste da Ucrânia, aliados de Kiev trabalham para encontrar maneiras de fornecer apoio militar adicional. Nações prometeram enviar tanques de guerra para a Ucrânia, uma decisão que Borrell disse ter levado muito tempo. "Todo mundo sabe que, para vencer uma guerra, você precisa de tanques", disse na conferência.

Biden deve chegar à Europa amanhã. Ele visitará a Polônia no aniversário da invasão da Rússia. Espera-se que o presidente Vladimir Putin, da Rússia, faça um discurso no mesmo dia. (Com agências internacionais)

China nega que esteja considerando enviar armas para a Rússia

A China rejeitou nesta segunda-feira (20) como "falsas" as alegações dos Estados Unidos de que Pequim está considerando enviar armas à Rússia para ajudá-la na guerra contra a Ucrânia, reiterando um apelo ao diálogo para encerrar o conflito.

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, disse em entrevista no domingo que há "preocupação" de que a China esteja considerando enviar "apoio letal" à Rússia para a ofensiva na Ucrânia.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse nesta segunda-feira que "são os Estados Unidos, e não a China, que estão constantemente enviando armas para o campo de batalha", quando questionado sobre as declarações dos EUA.

O porta-voz chinês exortou os Estados Unidos a "refletir seriamente sobre suas próprias ações e fazer mais esforços para acalmar a situação, promover a paz e o diálogo e parar de culpar os outros e espalhar informações falsas".

"A posição da China sobre a questão da Ucrânia pode ser resumida em uma frase: encorajar a paz e promover o diálogo", insistiu ele em uma coletiva de imprensa regular.

A ofensiva lançada pela Rússia contra a Ucrânia é uma questão difícil para a China, que tem buscado se posicionar como um país neutro, mas fornece apoio diplomático a Moscou, que é um aliado estratégico de Pequim.

"Está claro para a comunidade internacional quem está pedindo diálogo e lutando pela paz, e quem está atiçando o fogo", acrescentou Wang, reiterando o pedido de apoio da China para sua proposta de acabar com a guerra.

No sábado, a China anunciou que vai publicar esta semana uma proposta para encontrar uma "solução política" para a crise na Ucrânia, e o ministro das Relações Exteriores chinês disse que seu país está "do lado do diálogo".

Durante a Conferência de Segurança de Munique na semana passada, na Alemanha, Blinken já emitiu alertas da China sobre as "consequências" de fornecer ajuda à Rússia na guerra contra a Ucrânia.

Blinken encontrou-se com seu homólogo chinês, Wang Yi, em Munique, uma conversa que a diplomacia dos EUA descreveu como "franca e direta".

O secretário de Estado dos EUA o alertou sobre as "implicações e consequências" para a China se for descoberto que está fornecendo "apoio material" à Rússia na Ucrânia ou ajudando-a a escapar das sanções ocidentais por sua invasão, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

O chefe da diplomacia dos EUA alertou que isso causaria um "sério problema".

No sábado, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, também questionou a neutralidade da China na reunião em Munique.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, alertou a China nesta segunda-feira que um eventual fornecimento de armas à Rússia para uso na Ucrânia é uma "linha vermelha" para as relações com o bloco.

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