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China anuncia que restringirá exportações de metais estratégicos para os EUA

A medida entra em vigor a partir de hoje e acontece após Washington ter anunciado novas restrições aos chips chineses

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 08h45.

A China anunciou nesta terça-feira, 3, que restringirá as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimônio e grafite, metais essenciais para a fabricação de semicondutores e baterias, entre outros, tanto para uso civil como militar.

A medida, que entra em vigor hoje mesmo, surge depois de Washington ter anunciado novas restrições tecnológicas contra a China para limitar sua capacidade de desenvolver microchips avançados, algo que Pequim denunciou como “um ato de coerção econômica”.

O Ministério do Comércio chinês declarou em comunicado que proibirá a exportação de gálio, germânio e antimônio com “dupla utilização civil e militar”, ao mesmo tempo que serão “mais rigorosos” com a exportação de grafite.

A pasta de Comércio assegurou que está tomando a medida “para proteger a segurança e os interesses da China” e “cumprir obrigações internacionais como a não proliferação”.

“Qualquer organização ou indivíduo de qualquer país ou região que viole as disposições anteriores e transfira ou forneça itens de dupla utilização originários da República Popular da China a organizações ou indivíduos nos Estados Unidos será responsável perante a lei”, acrescentou a nota.

Um porta-voz do Ministério de Comércio observou que, nos últimos anos, os Estados Unidos “politizaram o uso de conceitos como a segurança nacional para restringir a exportação de produtos para a China”, além de “incluírem empresas chinesas na lista de sanções a fim de reprimi-las."

“Os Estados Unidos minaram seriamente os direitos e interesses legítimos destas empresas, bem como a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”, afirmou.

Em julho, a China já tinha anunciado restrições gerais à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para a fabricação de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre Pequim e o Ocidente, especialmente os Estados Unidos.

A China é o maior produtor mundial de ambos os elementos, com mais de 95% da produção de gálio e 67% da produção de germânio.

Pouco depois, em agosto, anunciou a imposição de restrições à exportação de antimônio, metal utilizado em diversos setores industriais como a fabricação de baterias e retardadores de chama, e outros elementos estratégicos; enquanto em outubro foi a vez de ajustes em suas políticas de controle de exportação relacionadas com produtos de grafite em prol da “segurança nacional”.

O gigante asiático, como principal produtor mundial deste elemento, controla uma parcela significativa do mercado global.

Estas novas restrições somam-se a uma série de medidas semelhantes implementadas pelo gigante asiático nos últimos meses, como a proibição de exportar tecnologia para fabricar ímãs de terras raras.

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