Mundo

China ajudará Bangladesh em repatriação de rohingyas a Mianmar

Segundo a ONU, Bangladesh acolhe cerca de 915 mil rohingyas procedentes de Mianmar, entre eles cerca de 700 mil que chegaram desde agosto do ano passado

Mianmar e Bangladesh assinarem um acordo em novembro de 2017 para a repatriação de integrantes da minoria rohingya (Soe Zeya Tun/Reuters)

Mianmar e Bangladesh assinarem um acordo em novembro de 2017 para a repatriação de integrantes da minoria rohingya (Soe Zeya Tun/Reuters)

E

EFE

Publicado em 29 de junho de 2018 às 15h39.

Pequim - A China apoiará o processo de retorno dos rohingyas atualmente refugiados em Bangladesh até Mianmar, seu país natal, segundo foi anunciado nesta sexta-feira após a reunião entre os ministros das Relações Exteriores chinês e bengalês.

O ministro chinês, Wang Yi, que ontem se reuniu em Pequim com o ministro de Assuntos Governamentais de Mianmar, Seung Dingrui, afirmou que a China "seguirá desempenhando um papel construtivo" depois do trabalho de mediação diplomática que esteve desenvolvendo no último ano.

"Certamente, a China oferecerá ajuda neste processo", declarou hoje em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Lu Kang, que acrescentou que Pequim também "está disposta" a oferecer mais assistência aos rohingyas que permanecem refugiados em Bangladesh.

Wang, em declarações conjuntas ao lado do ministro bengalês Mahmoud Ali, afirmou que, com a ajuda da ONU, as condições para iniciar a repatriação estão "praticamente fechadas" e que acredita que o trabalho de preparação será concluído "o mais rápido possível".

Ali destacou que Wang lhe garantiu que a China fornecerá ajuda para facilitar o retorno, segundo detalhou o Ministério de Relações Exteriores de Bangladesh em comunicado.

O ministro bengalês também disse a Wang que os rohingyas estão "tão traumatizados" que querem uma "garantia sólida de sua segurança antes de iniciarem o retorno", e insistiu que os mesmos querem voltar "para suas populações originais, não para acampamentos", por isso necessitam de oportunidades para ganharem a vida.

Segundo dados da ONU, Bangladesh acolhe aproximadamente 915 mil rohingyas procedentes de Mianmar, entre eles cerca de 700 mil que chegaram desde 25 de agosto do ano passado.

A pressão internacional levou Mianmar e Bangladesh a assinarem um acordo em 23 de novembro de 2017 para a repatriação de integrantes da minoria rohingya, pelo qual os refugiados que chegaram a Bangladesh começariam a retornar em 23 de janeiro.

No entanto, sete meses depois da assinatura do acordo, o processo formal de repatriação ainda não começou.

Acompanhe tudo sobre:BangladeshChinaMianmar

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia